quarta-feira, dezembro 21, 2005

Os maiores actores do mudo: Lon Chaney (1883-1930)

Termino esta breve rubrica (*) sobre os maiores actores masculinos do mudo, com o meu actor preferido, conhecido em todo o mundo como The Man of A Thousand Faces. Chamavam-lhe também masoquista, dadas as constantes judiarias físicas que este filho de surdos-mudos fazia a si próprio, em busca obsessiva da perfeição na interpretação de deficientes e deformados, físicos e mentais, de toda a ordem. Chaney tinha uma pantomina, um repertório de gestos e esgares verdadeiramente assombrosos. Dizia de si próprio: "My whole career has been devoted to keeping people from knowing me". Foi artista de circo e diz-se que a sua carreira no cinema começou ao serviço das multidões de quasi-figurantes nos épicos de Griffith. Tem uma filmografia impressionante (mais de 150 filmes) e seria penoso estar aqui a enumerar os papelões que conseguiu, ao serviço de muitos e bons realizadores. No entanto, o seu trabalho com Tod Browning é o que mais marcas deixa. O melhor papel de todos? Talvez em "The Unknown", de Browning, em que representa um artista de circo que se auto-mutila por amor a Joan Crawford (verdadeiramente de chorar lágrimas). Ou será "He who gets Slapped"? Ou "The Blackbird"? "O Fantasma da Ópera"? No seu único filme sonoro, viria a compôr 5 vozes diferentes (diziam que além de grande dançarino, tinha uma boa voz de barítono). Viria a morrer de cancro na garganta, o que não lhe permitiu representar Drácula (Lugosi tomar-lhe-ia o papel), provocado, quem sabe, pelo pó de giz que usou como neve artificial em um dos seus filmes, ou, hipótese mais plausível, pelo facto de ser um violento fumador despreocupado.

(*) Mil desculpas a quem esqueci deliberadamente por considerar de outras selecções (Chaplin, Keaton, Lloyd, Linder, Langdon, Fritsch, Lars Hanson, etc..

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