"Rois et Reine", mas que grande filme!
Não fora a talvez excessiva duração de «Rois et Reine» e estaríamos perante um filme imaculado. Para quem, como eu, «apenas» gostou de «Ester Kahn», este filme é uma autêntica revelação sobre o grande talento que Arnaud Desplechin é de facto. A sua filmografia passada passa assim a obrigatória!
É de facto notável como o cineasta consegue desenrolar, a partir da mitologia grega e das Escrituras, e de uma gravura de antiquário, toda uma alegoria sobre o papel da mulher como abelha-mestra nesta sociedade de homens-zângãos. E não será só isso a humanidade?
Uma mulher plena de força, mas uma raínha frágil perante o fulminante testamento-diagnóstico do pai (aliás, a sequência teatral em que o pai depõe é a mais notável de todo o filme, chegando a ser comovente de tão brutal), cuja folha arrancada do tomo se lhe agarra à barriga como um sudário. E um, dois, três, uma infinidade de homens aparentemente débeis (só servem para propagar a espécie e morrer?) mas alimentados pela chama da loucura (genial Mathieu Amalric!).
São mesmo assombrosas as divisões dramáticas em que a estrutura narrativa do filme se vai abrindo e fechando, à medida que a acção decorre, embora longe do fulgor rítmico de um Ophuls, por exemplo. Emmanuelle Devos, essa está insuperável como sempre, e talvez agora passe a ser actriz principal.
É de facto notável como o cineasta consegue desenrolar, a partir da mitologia grega e das Escrituras, e de uma gravura de antiquário, toda uma alegoria sobre o papel da mulher como abelha-mestra nesta sociedade de homens-zângãos. E não será só isso a humanidade?
Uma mulher plena de força, mas uma raínha frágil perante o fulminante testamento-diagnóstico do pai (aliás, a sequência teatral em que o pai depõe é a mais notável de todo o filme, chegando a ser comovente de tão brutal), cuja folha arrancada do tomo se lhe agarra à barriga como um sudário. E um, dois, três, uma infinidade de homens aparentemente débeis (só servem para propagar a espécie e morrer?) mas alimentados pela chama da loucura (genial Mathieu Amalric!).
São mesmo assombrosas as divisões dramáticas em que a estrutura narrativa do filme se vai abrindo e fechando, à medida que a acção decorre, embora longe do fulgor rítmico de um Ophuls, por exemplo. Emmanuelle Devos, essa está insuperável como sempre, e talvez agora passe a ser actriz principal.
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