terça-feira, abril 18, 2006

Ladrão que rouba a ladrão ...

Quando todo o mundo anda a enganar todo o mundo, vem logo à ideia aquela máxima hollywoodesca dos filmes dos anos 30-40: trust no one. O vilão é roubado pelo seu lugar-tenente, na circunstância o advogado da praxe, que reencontra por acaso o seu melhor amigo, que é enganado pela mulher, que já foi mulher do amigo; que é roubado pelo parceiro, que engana a mulher com a dona de um bar de strip, que engana este com aquele, de quem é paixão de longa data. Esquisita barafunda?

Nem tanto. Trata-se do mais recente filme de Harold Ramis, um realizador-actor que nos tem dado a ver uma mão cheia de interessantíssimas comédias, umas mais originais e negras do que outras, mas nenhuma tão negra quanto esta, que dá pelo nome de «Golpe a Frio». Pelo meio fica um rol de mortos e peripécias bem engraçadas, e um punhado de personagens estereotipadas ao jeito dos filmes (menores) dos manos Coen, ou do melhor dos piores de Jacques Tourneur. O filme podia ser melhor, é certo, mas também podia ser bem pior, ficando-se pelo semi-frio. Realce para a personagem de Oliver Platt, extremamente bem conseguida, que rapidamente passa de secundária a principal, por contraponto a três pesos mais pesados que rapidamente viram ligeiros: Billy Bob, John Cusack e Connie Nielsen.

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