Uma Spike Lee Joint totalmente 70's
É de aplaudir o regresso de Spike Lee ao policial depois do flop de «Ela Odeia-me»: mais uma vez revisita o universo dos anos 70, anos tão prolíficos em policiais de vulto e memoráveis, feitos de polícias e ladrões, bons e maus, que se cruzam e se confundem, em assaltos conseguidos e assaltos frustrados, com muita garra e muito chispe. Tudo isso perpassa pela quase totalidade de «Inside Man», desde o discurso inicial de Owen, à «apresentação» das personagens, ao descobrir do motivo (óbvio e banal) do assalto à gavetinha secreta de Plummer, até ao artifício da «fuga» de Owen, o qual, diga-se, serve a Spike Lee de veio de transmissão para uma «confissão», ao mandar via Owen algumas tiradas ao detective Denzel, em jeito de paródia cinéfila, nomeadamente quando lhe chama Serpico ou Kojak.
Spike Lee é um excelente realizador, sem necessidade de provar seja o que for quanto ao manejar da câmara, quanto à manipulação da montagem, à escolha da banda sonora ou à direcção de actores (é verdadeiramente notável o modo como extrai o máximo dos actores!). Os ingredientes estão lá todos e até nem falta uma Jodie Foster pejadinha de «glamour», provando por a+b o quão versátil pode ser, basta que lhe dêem papel à altura. O melhor desta revisitação dos filmes de Siegel, Aldrich ou Lumet, está nas entrevistas que a dupla de detectives vai fazendo às testemunhas do assalto, entrevistas filmadas a grão, quase monocromático (como se de registos documentais se tratasse), com muito humor e segundo sentido, tão bem feitas que parecem verdade. O melhor plano, aliás já filmado por Lee no fabuloso «A 25ª Hora», é aquele que nos invade a retina com um Denzel Washington em crescendo até ao grande plano a três dimensões; um Denzel furioso com o suposto abate de uma das testemunhas, sobre um fundo em plano fixo.
Spike Lee é um excelente realizador, sem necessidade de provar seja o que for quanto ao manejar da câmara, quanto à manipulação da montagem, à escolha da banda sonora ou à direcção de actores (é verdadeiramente notável o modo como extrai o máximo dos actores!). Os ingredientes estão lá todos e até nem falta uma Jodie Foster pejadinha de «glamour», provando por a+b o quão versátil pode ser, basta que lhe dêem papel à altura. O melhor desta revisitação dos filmes de Siegel, Aldrich ou Lumet, está nas entrevistas que a dupla de detectives vai fazendo às testemunhas do assalto, entrevistas filmadas a grão, quase monocromático (como se de registos documentais se tratasse), com muito humor e segundo sentido, tão bem feitas que parecem verdade. O melhor plano, aliás já filmado por Lee no fabuloso «A 25ª Hora», é aquele que nos invade a retina com um Denzel Washington em crescendo até ao grande plano a três dimensões; um Denzel furioso com o suposto abate de uma das testemunhas, sobre um fundo em plano fixo.
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