Novo Mundo: a colonização da beleza
«A New World» é o mais recente capítulo de Malick no seu ensaio pela sublimação da beleza, da beleza dos elementos, da virgindade, dos sentidos, da pureza, do amor tout court. E como capítulo que é vem encadeado numa sequência de capítulos semelhantes, que começaram no território gangster, passaram pelos prados de trigo, foram até ao Pacífico e agora chegam à colonização da Virgínia, por via do amor impossível entre um bravo inglês e uma indígena, cúmplice dos elementos. A história é conhecida de todos: trata-se do romance, mil vezes citado, de John Smith e Pocahontas.
O tema em si pouco parece interessar a Malick, senão pela rama, já que o que ele gosta de filmar mesmo são os grandes planos de rostos, de olhos, de gestos, suportados em longos e poéticos monólogos em voz off. O que interessa a Malick é o vento arrebatando as ervas altas, as folhas. O sol emoldurado de negro, iluminando os actores como telas. A música de fundo de Wagner, envolvente, arrebatadora; de tempos a tempos uma passagem mais ligeira, melodiosa, é Mozart dedicado aos amores de casal. E nisso, o seu cinema é imbatível, tal qual as sequências em que Pocahontas está sozinha.
E o resto? O resto pouco importa a Malick. Pouco lhe importa que o filme esteja suspenso, sem base, mais parecendo que foi um filme mutilado por vontade dos estúdios ou de terceiros. Pouco lhe importa que as capacidades de Farrell sejam sub-aproveitadas, tal qual as de Bale e as de Plummer. Ou que as imagens sofram de déjà vu, e que a participação de James Horner enquanto músico seja uma redundância. Ou que o espectador se estire na cadeira. Ou que a história fique suspensa e sem, aparentemente, quase nenhum senso. Pouco importa a Malick que no final da minha sessão, alguém tenha dito ao amigo: "o problema de se vir ao cinema é que não se pode fazer zapping".
O tema em si pouco parece interessar a Malick, senão pela rama, já que o que ele gosta de filmar mesmo são os grandes planos de rostos, de olhos, de gestos, suportados em longos e poéticos monólogos em voz off. O que interessa a Malick é o vento arrebatando as ervas altas, as folhas. O sol emoldurado de negro, iluminando os actores como telas. A música de fundo de Wagner, envolvente, arrebatadora; de tempos a tempos uma passagem mais ligeira, melodiosa, é Mozart dedicado aos amores de casal. E nisso, o seu cinema é imbatível, tal qual as sequências em que Pocahontas está sozinha.
E o resto? O resto pouco importa a Malick. Pouco lhe importa que o filme esteja suspenso, sem base, mais parecendo que foi um filme mutilado por vontade dos estúdios ou de terceiros. Pouco lhe importa que as capacidades de Farrell sejam sub-aproveitadas, tal qual as de Bale e as de Plummer. Ou que as imagens sofram de déjà vu, e que a participação de James Horner enquanto músico seja uma redundância. Ou que o espectador se estire na cadeira. Ou que a história fique suspensa e sem, aparentemente, quase nenhum senso. Pouco importa a Malick que no final da minha sessão, alguém tenha dito ao amigo: "o problema de se vir ao cinema é que não se pode fazer zapping".
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