Filmes em revista sumária #305
Há umas quantas coisas que saltam a olho nu com o andar de «Um Método Perigoso», desde logo uma constatação de facto: está longe de criar o ambiente de clausura no espectador, tão típico dos filmes assinados por David Cronenberg. Depois, há coisas que não se compreende como são ali possíveis, como por exemplo: não há uma única sequência de exterior que não se passe num rico dia de sol, o que sendo nos locais que se afirma ser, por outro lado há uma profusão de cenários de cartão que não lembra ao mais artesanal dos seus filmes, e até mesmo a trama da compita (profissional? racial? social? paranormal? outro?) entre Jung e Freud descamba numa tal confusão a partir do meio do filme, que só mesmo um psicanalista, ou um psicólogo analista (conforme o prisma) encartado será capaz de nos fazer luz.
Apesar disso, trata-se de um filme extremamente bonito, seja pela Suíça, seja por Viena; seja pelo apuradíssimo guarda-roupa; seja porque de facto o canadiano não sabe fazer filmes que o não sejam, mesmo os da sua fase mais escabrosa... Viggo Mortensen, esse, rouba todas as cenas em que entra, até mesmo a Keira Knightley, a qual ainda não foi desta que teve o papel da sua vida. A grande valia do tema é repescar da História a relação Freud-Jung. No resto «Um Método Perigoso» não aquece nem arrefece, muito menos chega a demonstrar o porquê da perigosidade do método.
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