Filmes em revista sumária #513
E não o é porque está muito bem feito, acima de tudo por isso, porque tudo o mais, verdade seja dita, está visto: a praga do outro mundo, que vem para punir as promiscuidades de uma juventude inquieta, com pais ausentes; os gritos e as perseguições histéricas, as fileiras de casas (abandonadas ou não) dos subúrbios americanos, etc. Assim, em termos de realização, mesmo que chegando tarde e a más horas a Lisboa (o filme é de 2014), «Vai Seguir-te» está muitíssimo acima da média da maior parte dos seus congéneres mais recentes, americanos ou não, em formato mais ou menos terrífico-cómico, pelo que os parabéns vão quase inteiros para Mitchell (ele também é argumentista, mas este não vem ao caso), pela capacidade extraordinária que ele teve em saber manter permanentemente a tensão dramática e em conseguir-nos assustar mesmo quando já calculamos o que vai acontecer. E pela excelente direcção de actores, todos jovens e sem grande experiência defronte às câmaras – e certamente que alguns deles virão a ser estrelas, desde logo a mais que cheerleader do filme, Maika Monroe.
E não podem ir inteiros para o realizador por duas razões de peso, e também de assombro: a esmeradíssima e sempre imaginativa fotografia, do jovem Mike Gioulakis (mais um nome a reter) e a belíssima música electrónica, de Rich Vreeland (idem), que consegue nunca se repetir.
Resumindo, «Vai Seguir-te» merece um segundo visionamento e um lugar de relevo na estante lá de casa, tal como a sua banda sonora.
Ah, e aquele piscar de olho à piscina de «Cat People», na cena crucial do filme!
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial