segunda-feira, maio 08, 2006

Cruise e pouco mais

Fazer de «Missão Impossível» algo de novo é mesmo quase missão impossível. Que o diga Tom Cruise que teve que fazer da sua personagem a figura central de «M:i:III», o que lhe custou ficar com um filme que, embora sendo puro entretenimento como os que o precedem, sai nitidamente da bitola, do padrão dos filmes e da série que conhecemos: a espionagem, a contra-espionagem, o alto risco, os artefactos, as engenhocas, a pandilha, tudo isso é esquecido, e tudo passa a filme de acção, de rapto, chantagem e perseguição pessoal. Este é o filme de funalização da acção, e tão funalizado é que vira endeusamento. Os produtores podem ter achado que seria esta a saída, mas já devem estar arrenpendidos.

Outra coisa é dizer-se que Tom Cruise não está em forma, que o está, e tão em forma está que a partir dos primeiros 20m se fica com a sensação que não fora Cruise e o filme seria uma coisa igual a mil outras coisas que Hollywood deita cá para fora à razão de cem por dia, pouco mais que medíocre. O homem está aí para as curvas e a melhor prova disso mesmo é que até Seymour Hoffman é pulverizado em todas as cenas em que contracena com ele, restando-lhe pouco mais que aquela soberba insinuação à agente, quando já metamorfoseado se insinua para ir de Lamborghini.

As melhores sequências do filme são as que preenchem o "assalto" ao Vaticano, mesmo completamente parvo, e é mesmo só aí que o filme é pura bitola "M:I". No resto é um filme de acção com algumas sequência brilhantes (ex.Cruise disparando empranchado fora do carro, Cruise caindo de pára-quedas e o resgate de Seymour Hoffman em plena ponte) que roda à volta da própria vida do Cruise, pelo que o encanto das missões impossíveis sai defraudado. O argumento fraquito, a realização sem chama e demasiadas inverosimilhanças fazem com que tenhamos saudades da "M:i:II" e de John Woo.

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