Filmes em revista sumária #437
Anda por aí uma excitação talvez exagerada em redor de «O Lobo de Wall Street», quiçá na exacta medida das excessivas 3 horas que o filme dura e talvez porque a combinação explosiva de que Scorsese se serve para mostrar que ainda continua a ser (culpa da aventura fantasiosa de «A Invenção de Hugo»?), século XXI adentro, um dos maiores e mais jovens cineastas do mundo (alguém duvidava?), é de facto propícia a excitamentos: dinheiro, poder, sexo e drogas.
Tudo filmado em ritmo frenético e com decibéis capazes de furar o tímpano mais sensível (a fazer lembrar o pior de Oliver Stone, aliás), bem apimentado por doses cavalares de palavrões e cenas ousadas dentro (plausíveis?) e fora do escritório, mesmo para septuagenários oriundos do Bronx...
Seja como for, Scorsese está vivo, pois então, e recomenda-se. Apesar desta adaptação (clara) de «Tudo Bons Rapazes» ao mundo (verídico) dos corruptos, da bolsa e dos mercados dos anos 80-90 (terrivelmente contemporâneo…), estar longe do que de melhor ele nos deixou até agora, que disso não restem dúvidas, também. «O Lobo de Wall Street», funciona para Scorsese, talvez, como um «back to the tracks», seja.
A parceria (estratégica) de Scorsese com Di Caprio, essa vai de vento em pôpa (o actor arrisca-se a ganhar o Óscar mesmo sem grande esforço), e daquela que leva com a maga da montagem, de seu nome Thelma Schoonmaker, já nem se fala. Uma banda sonora impagável e uma recriação de época a preceito fazem o resto. Ah, já me esquecia: de vez em quando, há no meio do filme uns quantos planos, sobretudo na última hora, que só podiam ser de Scorsese, e está tudo dito.
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