Filmes em revista sumária #439
J.C. Chandor e Robert Redford (ou será ao contrário?) conseguem a proeza de manter o público agarrado durante 106’ ao que se vai desenrolando em «All Is Lost», ininterruptamente, mantendo-o na expectativa (isso agrava a proeza uma vez que o «trailer» respectivo contava o filme quase todo…) sobre o que irá acontecer ao grandíssimo Redford (e ele já soma quase 78 anos de idade!), à deriva naquela imensidão do Índico, à medida que as hipóteses deste homem do mar sobreviver e de chegar a bom porto, vão caindo por terra, incidente a incidente, por força dos elementos ou, simplesmente, por pouca sorte.
A presença física, ou melhor, o corpo de Redford está por todo o lado (como quase sempre está, aliás) e sem duplos, resistindo e recuperando das sucessivas adversidades, e todos os que assistem a este belíssimo filme partilham da sua angústia, primeiro, da sua persistência, depois, e, finalmente, da sua desistência.
A fotografia, a montagem, a música (produzida em parte pelo líder dos Magnetic Zero!) e, sobretudo, os magníficos efeitos especiais sonoros fazem deste filme corajoso (trata-se de um filme só com um protagonista e sem diálogos) e sobre a coragem, uma das mais agradáveis surpresas do ano, de que Hemingway, por exemplo, teria gostado. Em relação ao realizador, J.C. Chandor, que nos deu há 4 anos um também surpreendentemente e fabuloso «Margin Call», já se espera uma terceira boa surpresa, pois então.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial