Filmes em revista sumária #502
«Mad Max: Estrada da Fúria» é de longe o melhor filme de acção das últimas décadas: um “western sobre rodas” (como tão bem o definiu Miller) ao longo das paisagens desoladoramente belas da Namíbia e da Austrália, rolando a um ritmo infernal e com uma câmara prodigiosamente acrobática como nunca se viu (convém acrescentar que ali quase nada é virtual e que se recorreu a artistas de circo e atletas olímpicos de carne e osso), resultando numa experiência de violência nonsense e orgástica (uma espécie de versão sanguinolenta dos «Malucos das Máquinas Voadoras» mas de guerra, e as mais estapafúrdias) para o que também contribuem a lente do veterano e oscarizado John Seale e uma banda sonora “tecno-clássica”, e os melómanos que perdoem esta definição, já de compra obrigatória.
É certo que os recursos imensos da dupla de actores protagonistas ficaram por explorar, mais ele do que ela (mesmo assim, Tom Hardy tem um conjunto de grandes-planos que reduzem a pó todas as prestações de Mel Gibson) e que não se admite a judiaria que Miller fez a Charlize decepando-lhe um braço e pondo-a de olho ao peito lá mais para o final, mas há neste filme verdadeiros achados que perdurarão durante muito tempo, ex. as avantajadas “mulheres-leiteiras”, dignas das Mil e Uma Noites e aquele spray metálico-alucinogénio que insufla bravata aos “rapazes de guerra”.
A moral desta sinfonia brutal pós-apocalíptica é que o futuro deste mundo está nas mãos das mulheres, o que até não é nada que já não se soubesse. No resto é espectáculo e não é para rir mas para suar. Venha daí uma sequela, por favor, e rapidamente!
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