Filmes em revista sumária #514
São justas as críticas que rotulam estes «Missão Impossível» como uma marcação homem-a-homem, falando em “futebolês” corrente, à série 007, ou melhor, uma marcação agente-a-agente, de Ethan Hunt ao homólogo Bond, James Bond (por ex. neste novel filme, o vilão veste-se à Blofeld, a personagem feminina, que por acaso se chama Ilsa e até passa por Casablanca, é claramente uma bond girl). Contudo, é precisamente neste filme que agora se estreou, que mais se homenageia a série televisiva dos anos 60, com detalhes que não passarão indiferentes aos mais atentos.
Também é verdade, embora injusto, que estes filmes servem como balões de oxigénio a Cruise, cuja carreira já viu muito melhores dias, convenhamos. Mas ele gosta do que faz, é convincente, não usa duplos e corre como ninguém mais corre, estando aí para as curvas.
Tudo isso é verdade, mas cinema é isto mesmo, um eterno ritornello ao que todos já vimos, aqui ou ali, salvo naquelas raras excepções sob algum toque de génio, o que não é o caso. Portanto, desta vez, nada a opor, pelo que vale bem a pena mandar os preconceitos às urtigas e ir a correr ver este novo fôlego do ex-marido de Mimi, Nicole e Katie, em one man show. Delicie-se com a série de perseguições estonteantes, de história simples e escorreita, a que não faltam cenários turísticos de encher o olho, boas marcas, luxo, violência e sangue com fartura, uma gargalhada espontânea aqui e ali e algumas claras piscadelas de olho a Hitchcock.
Portanto, nada a opor, Tom.
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