Filmes em revista sumária #524
Vem isto a propósito de Steven Spielberg e de «A Ponte dos Espiões», um filme sobre trocas de espiões, reais e documentada/os, com vista para o Muro, o tal, e com um herói, americano, pois então, igual ao comum dos mortais e que, de um momento para o outro, salta da sua trivialidade quotidiana para a ribalta das manchetes e da Guerra Fria, mergulhando na História, qual personagem de Capra, bem entendido, mas que no presente – o caso do avião U2 - foi realmente a mais pura das verdades, e bem documentada, até.
Na verdade, este toque de Midas não é exclusivo de Spielberg, mas é talento de mui poucos, no entanto, com o autor de «O Resgate do Soldado Ryan» parece ser sempre novidade e que, no caso em apreço, ninguém nunca viu filmes de espiões, passados na Berlim do pós-guerra, etc., etc., mais Le Carré menos Le Carré, bem entendido.
«A Ponte dos Espiões» tem a virtude, máxima, de saber juntar numa mesma empreitada a extraordinária capacidade de Spielberg em gerir, em perfeito equilíbrio, entretenimento com drama, com tudo o que isso implica de saber e fazer em termos de gestão da intriga e das expectativas, recriação histórica, acertada utilização da fotografia e do som, direcção de actores (embora desta vez alguns secundários estejam à altura dos demais) e, obviamente, daquilo que é o seu grande trunfo: um argumento imaculado, a que não será estranha a presença dos irmãos Coen.
E se Tom Hanks volta a ser o Jimmy Stewart (ou será Gary Cooper?) de serviço, a grande interpretação, previsivelmente candidata a Óscar, essa está a cargo do britânico Mark Rylance no papel de “Coronel” Abel.
Stoikiy muzhik, Stoikiy muzhik.
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