A poesia ao swing do golfe
O que têm em comum um "ferro 3" de golfe e uma história de amor etéreo? À primeira vista, nada. Mas não é assim que Kim Ki-duk acha, e muito bem. Bem para nós, espectadores, que agradecemos mais este tributo ao amor do sul-coreano, ex-marine e apaixonado pela pintura, de apenas 45 anos e já realizador de filmes verdadeiramente notáveis.
Em "Ferro 3" impera, como em "Primavera, Verão, Outono, Inverno..." o silêncio, a contemplação, o ritmo piano. Mas também a ternura, a dedicação, a lealdade. As personagens centrais quase não falam. "Apenas" se exprimem, olhando, sorrindo, movendo-se, amando-se. Kim Ki-duk usa a obsessão oriental pelo golfe, importada dos americanos, como expediente para libertar a energia acumulada, descarregar a raiva, mas também como acto de justiça e contrição. Tal qual a barrela improvisada e as chapadas bem dadas.
Mas "Ferro 3" (club pouco usado no golfe) é também uma maneira de entrar pelo buraco da fechadura (como diz Kim Ki-duk) das casas sem chama, sem amor, feitas de pessoas sós. Por isso, aquilo que Tae-suk faz - entrar em casas desocupadas temporariamente - é dar calor humano e esperança àqueles espaços.
Enfim, trata-se de um filme absolutamente imperdível, saído de uma cinematografia que cada vez mais dá cartas no cinema, e impondo o cinema coreano como um dos seus maiores factores de desenvolvimento económico. Algo a aprender por muitos outros...
Em "Ferro 3" impera, como em "Primavera, Verão, Outono, Inverno..." o silêncio, a contemplação, o ritmo piano. Mas também a ternura, a dedicação, a lealdade. As personagens centrais quase não falam. "Apenas" se exprimem, olhando, sorrindo, movendo-se, amando-se. Kim Ki-duk usa a obsessão oriental pelo golfe, importada dos americanos, como expediente para libertar a energia acumulada, descarregar a raiva, mas também como acto de justiça e contrição. Tal qual a barrela improvisada e as chapadas bem dadas.
Mas "Ferro 3" (club pouco usado no golfe) é também uma maneira de entrar pelo buraco da fechadura (como diz Kim Ki-duk) das casas sem chama, sem amor, feitas de pessoas sós. Por isso, aquilo que Tae-suk faz - entrar em casas desocupadas temporariamente - é dar calor humano e esperança àqueles espaços.
Enfim, trata-se de um filme absolutamente imperdível, saído de uma cinematografia que cada vez mais dá cartas no cinema, e impondo o cinema coreano como um dos seus maiores factores de desenvolvimento económico. Algo a aprender por muitos outros...
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