Filmes em revista sumária #424
Nota prévia: nada melhor que um título fidedigno em português, a que ninguém conseguiu dar cabo, nem mesmo os piratas da IGAC, perdão, os tradutores oficiais do mercado.
Filmado na sua quase totalidade em huis clos, no alto-mar, «Capitão Philips» é mais um excelente filme de acção de Paul Greengrass, que faz jus ao velhinho cinema dos míticos Fankenheimer e Siegel, ou do bom McTiernan; ainda que para o britânico, ao contrário da acção ‘pensada’ do cinema da Bigelow (a rainha absoluta do género), por exemplo, aqui, a pedra de toque seja a montagem, descaradamente ‘esteróide’ (não confundir com pirotecnia visual!), e que, regra geral, é meio caminho para uma vitória segura ao fim dos 90’-120’ da praxe, pois nem deixa o espectador respirar, quanto mais pensar.
Seja como for, mau grado todos já sabermos à partida como tudo começa, decorre e acaba (a história é verdadeira e foi do conhecimento público), a verdade é que este filme protagonizado por um Tom Hanks superlativo (desde há quase 20 anos que não engana ninguém - desta vez o homem parece que foi toda a vida embarcadiço, e naquelas cenas finais, sob o efeito do choque, é do melhor que já lhe vimos), nunca cansa, mesmo. Que o digam os piratas somalis (e como todos o parecem ser de verdade, sobretudo Abdulawi Muse, o capitão-pirata, o que prova também que Greengrass é um excelente director de actores).
Por fim, nunca, como desta vez, os contentores e um cargueiro do grupo Maersk (passe a publicidade) foram tão bem filmados... E uma intervenção dos SEAL (leia-se, United States Navy's Sea, Air, Land Teams) foi tão desejada e festejada por sequestrados e espectadores – «Capitão Philips» é também a acção de propaganda perfeita. Ah, e haja olhos para aquele lindo salva-vidas, saído da prancha de um desenhador de miniatura, brotado violentamente do imenso cargueiro contra o Índico, e também ele sequestrado.
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