Filmes em revista sumária #481
Neste melodrama, que bem podia ter saído da “Nouvelle Vague”, nunca a narrativa envereda pela linearidade vulgarmente clássica nem a câmara acusa o plano fácil e já visto, apesar de estar sempre presente um nó no estômago de quem assiste ao desenrolar dos acontecimentos inevitáveis, que se vão sucedendo, dolorosamente. Torce-se por um desfecho feliz para aquelas personagens, tão reais e tão ricas, e que tão bem o merecem.
Sobre outros merecimentos, refira-se que deve vir por aí outra nomeação para Óscar a caminho de Jessica Chastain, completamente merecida, aliás, a uma actriz que é de facto extraordinária e de cujo rosto fresco a objectiva é incapaz de descolar. Dele, Jim McAvoy, não se pode dizer que destoe assim tanto da parceira, até porque funcionam na perfeição como casal, mesmo assim, porém, destoará sempre muito mais do que a fotografia de Christopher Blauvelt ou a banda sonora de Son Lux, ambas, tal como a ruiva, excepcionais. William Hurt faz um solilóquio dos seus, e à Huppert é-lhe destinado um dos “clichés” preferidos pelos americanos: o da francesinha atrevida, sistematicamente de copo na mão e formatada pelo Maio de 68, sendo este talvez o único senão do filme. Porém, é um mero detalhe, pelo que no final só há razões para termos boas expectativas para o próximo filme de Ned Benson!
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