Christopher Lee - O Príncipe das Trevas
Lee apareceu em 260 filmes ao longo da sua extensa carreira feita durante 7 décadas, muitos dos quais para esquecer (ele próprio dizia que se tem de fazer filmes horríveis de tempos a tempos, e que o segredo estava em nunca ser-se horrível neles), aliás, pelo que não nos deu só múmias ou frankensteins, vampiros ou Saruman, o terrível mago de «O Senhor dos Anéis», a trilogia tolkieniana transposta recentemente para o cinema por Peter Jackson.
Lee era poliglota, cantava ópera, adorava heavy metal e a sua linhagem nobre cruzava várias famílias europeias. A sua vida extra-cinema foi realmente muito aventurosa, levando-o ainda jovem ao Norte de África durante a 2ª Guerra Mundial, onde combateu os Afrika Korps. Escalou montanhas e esteve à beira da morte por mais de uma vez. Foi condecorado por vários governos no pós-guerra, e a sua vida dava um filme, certamente.
Contudo, por mais papéis que Christopher Frank Carandini Lee tenha tido para lá do reino do macabro, a verdade é que a sua carreira é indissociável deste último e em especial do que foi amplamente produzido pelos míticos estúdios da Hammer Film Productions, mais propriamente nos filmes góticos assinados por Terence Fisher, o maior dos realizadores alguma vez contratados por aquela produtora londrina.
Lee era imponente (Elijah Wood chamou-lhe “torre humana”), tinha uma voz magnífica e inconfundível, e tudo quanto fazia era feito com um à-vontade e uma elegância irrepreensíveis, condições sine-qua-non para se ser herói no Horror, que o digam os seus parceiros no crime: Peter Cushing, Basil Rathbone, Boris Karloff e Vincent Price. Foi-se o senhor que restava. Ficam os filmes.
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