Filmes em revista sumária #483
A grande pergunta que se impõe sobre «O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos» é se os dezanove capítulos das 259 páginas de «O Hobbit» (edições Europa-América), de Tolkien, dão para três filmes, cada qual com 3 horas de duração, mais coisa menos coisa? A resposta é: não. É desse mal que sofrem os três filmes de Peter Jackson dedicados às aventuras do herói do Shire, e em especial este último, agora estreado entre nós como “sucesso de Natal”. Curiosamente, os três volumes de «O Senhor dos Anéis» teriam dado para o dobro dos filmes, mas isso é outra história.
Não será, pois, de estranhar que o filme em apreço pouco ou nada nos traga de novo em relação aos dois que o antecederam, como o penúltimo já pouco trazia em relação ao antepenúltimo, sendo este agora apenas um corriqueiro enxerto de pancadaria nos broncos dos orcs, ao sabor do último grito dos efeitos especiais e numa berraria pegada, praticamente do princípio ao fim. A história, essa perdeu-se algures nas brumas de Sauron e já nem os sublimes elfos ou os anões patuscos chegam para manter viva a chama de um filme que logo se percebe ser redundante – o dragão Smaug que o diga (e daqui as minhas desculpas a Benedict Cumberbatch!). Mesmo assim, Gandalf ainda é o que se sai melhor (por obra e graça de Ian McKellen) deste caldo desenxabido de Peter Jackson, cujo caldeirão de “sucessos de Natal” parece ter chegado ao fim (aleluia!).
Por falar em filmes de Natal, que saudades das simplórias patuscadas do Cantinflas, no Éden, ou das reprises de «Quo Vadis» ou «Ben-Hur» ali pelo Monumental, que se foi também. Bem que seria curioso ver hoje alguém dos ainda vivos São Jorge e Tivoli, apostar no cinema de reprise durante as quadras festivas, e assim dar a ver e rever a todos algumas pérolas que já nunca mais se fizeram.
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