Filmes em revista sumária #525
Por isso, “007-Spectre”, que até não é mau, denota um certo cansaço, o mesmo, por sinal, que foi comum a tantos outros filmes que recorreram a cenas decalcadas de “filmes-irmãos” para compensarem falhas de interesse e/ou de talento, e também ele não resistiu à tentação, decalcando situações e perseguições, lutas e diálogos, veja-se a sequência no comboio, de «From Russia With Love» (1963), aqueloutra da “central de espionagem”, de «Moonraker» (1979), etc.
Um cansaço quiçá contagiante e a vários níveis, desde logo audível na paupérrima canção do genérico inicial, estoutro incrivelmente piroso e atípico das originalíssimas introduções, apanágio dos filmes de Bond. Contagiante também à prestação de Daniel Craig, action man, perdão, Bond do século XXI, e, espanto imenso, à do fabuloso actor que é Christoph Waltz, pois há mais encantamento numa única cena com o terrível Blofeld de Donald Pleasance, em «You Only Live Twice» (1967), do que em todas em que o austríaco ora contracena (porque será?). Nota negativa também para o miscast de Léa Seydoux: o olhar lânguido de uma boa actriz não significa forçosamente uma boa Bond Girl, que tem pelo menos de saber andar de saltos altos!
Facto consumado: “007-Spectre” cumpre os serviços mínimos, não deslustra mas sabe a pouco. Serão motivos suficientes para se dizer que Bond ou que a Spectre deram os seus trâmites por concluídos? Claro que não!
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial