Filmes em revista sumária #529
O filme é bom, que disso não restem dúvidas, mas a desarticulação habitual e deliberada (supõe-se), patenteada ao longo dos filmes do realizador de «Três Reis», desta vez é excessiva, havendo quebras desnecessárias (por vezes até parece que o som se vai…) entre cenas, por exemplo, entre o quotidiano daquela família disfuncional (há ali muita personagem e muita situação à la Wes Anderson) e a empresária para lá da esfregona, não permitindo a necessária “cola” para que tudo flua como deve fluir e, inclusive, o próprio ritmo do filme se mantenha estável e imune à bizarria de todo o resto.
Salvam-no os diálogos, por vezes endiabrados, e um elenco fora de série, liderado por Jennifer Lawrence, que desenvolve um conjunto de cambiantes digno de nota (parece mentira como tem apenas 25 anos…), mas também com o valente suporte de nomes como De Niro (que nunca será secundário), Isabella Rosselini (soberba!), Virginia Madsen (idem), Diane Ladd e Bradley Cooper, quiçá subaproveitado.
Melhor cena? A de Joy num hotel algures na Califórnia, confrontando o falsificador de patentes (personagem lynchiana?), a fazer lembrar os ajustes de contas nos westerns.
Resumindo, quem tem Jennifer tem tudo.
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