terça-feira, janeiro 05, 2016

Top 10 dos filmes do ano


Por alturas de balanço de final de ano e de top mais, a dificuldade habitual: nem sempre os filmes “mais-que-tudo” em determinado ano são filmes desse mesmo ano. Porque na maior parte dos casos estrearam por cá com um ou mais anos de atraso relativamente à sua estreia mundial. Sendo assim, são eleições ainda mais subjectivas e a presente não foge à regra, uma vez que dela apenas 4 filmes foram produzidos e estreados mundialmente em 2015, enquanto 5 o foram em 2014 e 1 em 2013, imagine-se!

Acção:

«Mad Max: Estrada da Fúria», o brutalíssimo “western sobre rodas” do australiano George Miller, e melhor filme de acção desde há muito tempo a esta parte, é o grande vencedor e nº1 dos eleitos deste ano, ainda que contestável a pouca distância pelo 2º classificado (mas sem photo finish), «Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)», o belíssimo e onírico falso take único do mexicano Alejandro Iñárritu, que dá conta do “palco da vida” de Pessoa, e em que Michael Keaton volta ao nosso convívio pela porta grande, enorme. O 3º lugar cabe (à justa e ameaçadíssimo por «Sicário») ao mais recente produto nostálgico e barroco do italiano Paolo Sorrentino, «Juventude», que está impregnado de Thomas Mann e Greenaway e conta com Michael Caine e Harvey Keitel como velhos marretas da nossa estimação.

Seguem-se-lhes o já referido «Sicário», do canadiano Denis Villeneuve, que cavalga o filão do narcotráfico entre os EUA e o México, muito à custa de Benecio del Toro, e em 5º lugar a via-sacra da jovem Maria, no austero e opressivo «Estações da Cruz» (2014), do jovem alemão Dietrich Brüggemann.

Logo a seguir, vêm as férias na neve, de pesadelo, de «Força Maior» (2014), do sueco (só podia) Ruben Östlund, seguidos de muito perto pelo terrífico e carpenteriano «Vai Seguir-te» (2014), o rétro «Um Ano Muito Violento» (2014), de J.C. Chandor, «As Asas do Vento» (2013), a animação que se dizia a última do genial Miyazaki, e de «Sono de Inverno» (2014), do turco Nuri Bilge Ceylan, sobre o fogo que arde sem se ver.

Claquette!


In O Diabo (5.1.2016)

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