Filmes em revista sumária #519
Ou seja, mais uma vez estamos perante as suas obsessões e frustrações, mais a religião, o sexo, a vida para além da morte, o buscar a verdade das coisas, o porquê de tudo isto, o decifrar do grande enigma que é o ser humano, pela crítica (sobretudo auto) e pela argumentação (quase sempre corrosiva e hilariante), numa palavra: filosofando.
Parafraseando Woody Allen, demos graças a Deus por não estarmos perante mais um filme em registo de postalinho turístico, como tem sido seu apanágio recentemente, para mal dos nossos pecados. Voltou e bem às comédias românticas, daquelas tipicamente suas que viram policiais de um momento para o outro. Desta vez nem falta um “MacGuffin”: a pilha que ilumina, ela própria o instrumento do merecido castigo do professor de filosofia, que um decidiu, qual epifania, resolver o seu imbróglio existencialista por via de um crime, supostamente para corrigir uma injustiça.
Joaquin Phoenix encarna muito bem a problemática e egocêntrica personagem principal mas é na realidade o lado feminino quem leva a melhor no cômputo geral, seja pela franzina e excelente actriz que já é Emma Stone, seja pela regressada Parker Posey, a saborosa actriz-fétiche de Hal Hartley, em excelente forma.
«Homem Irracional» não é nenhum «Blue Jasmine» e muito menos se equipara ao fabuloso e inultrapassável até agora «Match Point», mas já Pessoa escrevia: o homem é um animal irracional, exactamente como os demais, apenas mais complexo.
2 Comentários:
Um dia vamos ter saudades do "W. Allen do ano"....estas coisas que voltam periodicamente (especialmente no outono).....dão um certo conforto.
Ai vamos, vamos, amigo Júlio, pois vamos :-) Abraço
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