Filmes em revista sumária #465
«Um Homem Muito Procurado», do holandês Anton Corbijn, ficará para a história da 7ª Arte não como um excepcional filme de espionagem (está longe de o ser) ou a mais bem conseguida adaptação de um daqueles prodígios de narrativa emocionante, habitualmente saídos da mão hábil de Le Carré (não estamos perante nem uma coisa nem outra), mas antes, e apenas, como o derradeiro filme do malogrado actor Philip Seymour Hoffman, cujo trágico e recente desaparecimento continua por aceitar.
Com efeito, o seu carisma é tanto que, mesmo sem grande esforço, como aqui (quase que apetece dizer que o actor se representou a si próprio…), Seymour Hoffman é o centro das atenções deste “puzzle” sem garra (a que George Smiley chamaria um figo…), esmagando toda e qualquer cena das que entra e preenchem as excessivas duas horas de duração do filme.
A contemporaneidade da história (muçulmanos, chechenos, etc.) já limitava à partida o “campo de acção” do filme, por isso não é de estranhar que apenas na parte final do mesmo o espectador seja como que acordado face ao volte-face da história, onde, afinal, são todos bonzinhos, ainda que uns mais do que outros, e a grande conclusão parece ser a de que já não há espiões como dantes.
As personagens representadas por Robin Wright e Rachel McAdams andam um pouco perdidas nisto tudo, e Willem Dafoe deve ter gostado de fazer de banqueiro. Em relação a Anton Corbijin, não é por nada, mas já com «O Americano», em 2010, ele prometera mais do que depois veio efectivamente a conseguir; mesmo assim, contudo, continua a merecer o nosso benefício da dúvida, U2, Depeche Mode, Joy Division, Ultravox e Nirvana … “oblige”.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial