Mais uma abordagem de Gus Van Sant à juventude desesperada, filão que parece inesgotável para o autor de «Elephant», diga-se de passagem. Desta vez é a morte, que se cruza na vida de dois jovens tocados por ela: ela, directamente por doença letal, ele, por orfandade e antecipação (e que outro nome podia ter que não
Enoch?) e de cujo vórtice “necromaníaco” apenas consegue escapar pela mão de um amigo imaginário, por acaso um …piloto
kamikaze, que nunca chegou a despedir-se da sua amada.
«
Restless» é por isso um filme tão belo quanto crepuscular, realmente. Tudo denodadamente filtrado em tons
vintage, nos mais variados sentidos. Mas trata-se de um filme triste, sobretudo, mais do que deprimente, triste e que nos deixa inquietos. Mas, lá está: como dizia o poeta… “a tristeza tem sempre uma esperança, a esperança de ser mais triste não”.