«The Nice Guys» é a terceira incursão bem-sucedida de Shane Black por terras da comédia policial, daquela de que talvez «48 Hrs», de Walter Hill, seja a bitola das últimas décadas. Com efeito, depois de ter assinado o argumento de «Leathal Weapon» (1987) e realizado a “lufada de ar fresco” que foi «Kiss Kiss, Bang Bang» (2005), o realizador volta ao merecido topo e deseja-se que às três seja de vez.
Desta vez a acção vertiginosa ultra-cómica roda pelos idos de 70, por entre festas de arromba dos bastidores da indústria dos filmes de L.A., escândalos e politiquices à mistura, muito disco sound, e cores e bocas-de-sino para todos os gostos e feitios. Os diálogos são mais uma vez o ponto forte do cinema Black, o que, dada a concorrência, é de aplaudir.
Russel Crowe nunca deixou de ser um grande actor e mete o filme no bolso das suas calças XL, de tão gordo ficou para vestir o papel do cobrador, não de impostos, mas de pessoas desaparecidas, na parelha digna das Looney Tunes, que compõe com Ryan Gosling, que aqui faz o que pode e a mais não é obrigado.