Até há coisa de dias, horas, minutos, mesmo; o melhor dos filmes de terror musicados era um filme … mudo, de seu nome «O Fantasma da Ópera», com o mítico e inultrapassável Lon Chaney. Contudo, graças à demência ficcional que Tim Burton incute desde sempre aos seus filmes de terror gótico, plenos de humor negro e bom gosto, a verdade é que «
Sweeney Todd …» deu cabo totalmente desse estatuto do filme de Julian, pelo que «Sweeney Todd…» passa a ser o marco incontornável no musical de terror … sonoro.
O filme é um deleite visual do princípio ao fim, mesmo que já saibamos de cor alguns dos cenários, algumas das posições da câmara, alguns dos seus (e nossos) actores
fétiche, mais dos seus tiques e ademanes. O cinema de Burton é para quem, como eu, gosta do seu folclore imaginativo, do seu gótico
punk, do seu
kistch romântico. E assim é desde o sanguinolento e lubrificante genérico inicial, à memorável sequência final, apoteótica do cinema de Burton, em que uma
Pietà invertida entre Depp e Bonham-Carter dá o mote para o corolário lógico à lenda vilã do barbeiro mais famoso da mitologia urbana londrina. À atenção da dvdteca mais próxima, portanto.