quarta-feira, agosto 31, 2011

Filmes em revista sumária # 288


Quem não viu o original francês, rumo ao Norte, devia ter visto, para perceber as diferenças e fazer justiça: na questão das remakes, raramente estas se sobrepõem aos originais e no caso cumpre-se a máxima; a língua italiana joga bem com este tipo de comédia, e metade do filme é … Itália.

O resto de « Benvenuti al Sud» é um chorrilho de lugares-comuns, alguns gags bem sucedidos (a sequência do fogo-de-artifício, a academia do queijo, por exemplo) e algumas interpretações bem conseguidas (Angela Finocchiaro, sobretudo), e demasiadas tentativas, vãs, de superar o original francês. Não aquece nem arrefece.

Los olvidados #23: Marina Vlady


Mulher corajosa e multifacetada, rosto tão inesquecível quanto enigmático por detrás daquele belo fácies eslavo. Há muito esquecida, talvez por causa de BB. Importa revê-la, ainda que haja mais fitas do que filmes para o fazermos; neste particular, «Splendor» ... até porque é de Scola.

Etiquetas:

Borzoi


O cão-Déco, numa praia perto de si. Por acaso, no Torel também costuma andar por lá um, elegantíssimo e mudo, como é da praxe.

terça-feira, agosto 30, 2011

Filmes em revista sumária # 287


Suponho que «Cowboys & Aliens» pretenda estar para o cinema de aventuras quanto «Um Ianque na Corte do Rei Artur» para a literatura juvenil e daí, talvez consiga. O efeito-surpresa de ver monstros alienígenas à pancada com cowboys e índios até que funciona… o filão não tem fim e a falta de imaginação também não, mas a fita rapidamente mostra que consegue ser um bom entretenimento de não perder pitada, por estar bem feito e bem interpretado (e imagino quanta vontade de rir não terão tido Harrison Ford e Daniel Craig…) e, sobretudo, por juntar dois imaginários – western e sic-fi – que raras vezes deixarão de estimular quem paga para os (re)ver no cinema. É o caso.

segunda-feira, agosto 29, 2011

Filmes em revista sumária # 286


A grande curiosidade de «The Girlfriend Experience» resulta, não tanto do estudo sociológico que da experiência (efectiva) da protagonista Sasha Grey enquanto “call girl”, mais ou menos sofisticada, vai sendo feito aquando dos actos e confissões dos seus clientes, tão ou mais aberrantes (o cliente negro de fraldas, o cliente judeu que o é pelo prazer de abraçar, o empresário à beira da banca rota, etc.), ou da inevitabilidade da concorrência dos mais jovens ser também aqui um factor desestabilizador do mercado de trabalho; mas do facto, assustadoramente credível, de grandes decisões mundiais passarem por “dormir sobre o assunto”. Por sinal, coisa abordada profusamente um pouco por todo o lado desde há muito, a começar pela literatura.

Soderbergh já fez e faz muito melhor, obviamente, e consegue sempre surpreender e inovar quanto é preciso a ruptura, o que no presente caso passa por não mostrar o óbvio do acto, e conseguir resistir, para cá do insuportável, à crítica declarada ao “grande capital”, talvez porque do mesmo também faça parte. Excelente montagem, mais uma, numa obra de um cineasta a que não se consegue deixar de chamar autor, por muito que ele faça por não sê-lo … ou será o contrário? O filme vale a experiência.

sexta-feira, agosto 26, 2011

Filmes em revista sumária # 285


A macacada está de volta, e, nos tempos que correm, um filão como este não deixa os seus créditos por mãos alheias, i.e., novidade: zero; mesmo que nos façam pensar o contrário e que “tudo” começou com uma luta mal sucedida contra uma das maleitas do nosso tempo, a doença de Alzheimer (curioso, contudo, como os momentos com o doente John Lithgow são os mais bem conseguidos…).

Não obstante, o filme cumpre bem a sua função de entretenimento estival, tendo nos efeitos especiais visuais o seu maior argumento, designadamente na “humanização” expressiva do chimpanzé Caesar e na sequência da ponte… Do santuário da floresta de sequóias à globalização do vírus e ao apocalipse nuclear do livro de Boule, essa é que custa a engolir.

Resumindo, valem mais os poucos minutos do plano de Charlton Heston espantado junto da Estátua da Liberdade do 1º de todos, do que 2h de «Rise of the Planet of the Apes. E falar-se na Alvorada, de «2001» é pura heresia.

Oh my God. I'm back. I'm home.


All the time, it was... We finally really did it. You Maniacs! You blew it up! Ah, damn you! God damn you all to hell!

Planet of the Apes»)

quinta-feira, agosto 25, 2011

Filmes em revista sumária # 284


Em «Insidious» há muita actividade paranormal mas isso não significa que o filme se reduza a uma sessão espírita mais ou menos burlesca, nem que os seus fantasmas revoltados tenham participado no definitivo «Poltergeist». O filme bebe muito por aí, de tudo um pouco – talvez o paralelismo mais notório seja com o universo terrífico do cinema japonês -, mas nunca chega a embriagar-se.

James Wan, o seu realizador, é de facto uma referência no cinema de terror e neste filme mostra ser mestre na arte de impressionar pelo que quase nem se vê, adivinha-se e vislumbra-se. Efeitos especiais magníficos por entre piscadelas de olho evidentes. Fica o aviso aos sonhadores e ficam as sequências do resgate em pleno limbo, todo o kitsch do retiro do diabo, e, claro, aquela silhueta à «Nosferatu», que fica sempre bem. Ah!, é verdade, não dá para rir, salvo se for numa sala “gremlin"...

quarta-feira, agosto 24, 2011

Green Acres


Eis-me Oliver, ainda que alguns dias e em miniatura.

Filmes em revista sumária # 283


Puro desastre, este «Horrible Bosses»; uma comédia mal amanhada que até tem algum poder de arranque à partida, mas visto o trailer está visto o filme. As únicas cenas com alguma laracha são as protagonizadas por Jamie Foxx e, claro, a personagem desempenhada por Collin Farrell, em total absurdo e overacting, mas que é toda ela um achado. Resto? Zero… qualquer filmezinho do mesmo género do “antigamente” fez melhor e mais barato, basta procurar, claro.

terça-feira, agosto 23, 2011

Filmes em revista sumária # 282


Mesmo que «Captain America: First Avenger» seja relativo a um dos meus super-heróis preferidos da Marvel, e por isso estas linhas estejam um pouco enviesadas à partida, a verdade é que me parece estar o filme longe de ser considerado como lixo. Seja enquanto filme de acção e aventuras (tem sequências notáveis, mesmo que para tanto a empolgante música e os efeitos especiais topo de gama, de som e imagem, sejam imprescindíveis – é mesmo para isso que eles servem, claro), seja enquanto fonte de entretenimento e de visitação a um imaginário de outro tempo (cenários e guarda-roupa à cabeça).

É pena que o filme quebre a meio, tornando-se por demais repetitivo e óbvio. É pena que o universo de bons e vilões que caracteriza o “habitat” deste super-herói da BD não tenha expressão cabal nesta adaptação fílmica, sendo sobrevalorizado Red Skull (podia ter sido compensada a fase nazi com a vilanagem intra-muros, a sua aliança com Falcão, etc.). Resumindo, o filme não deslumbrando também não deslustra o super-herói, e é mesmo uma das melhores adaptações da BD ao grande écran desde os tempos de Tim Burton.


P.S. Recuso-me a ver filmes em 3-D; é contra natura.

Está um mimo


Parabéns à Cinemateca pela sua nova página!

segunda-feira, agosto 22, 2011

Filmes em revista sumária # 281


«Larry Crowne» é uma comédia simples e despretensiosa, em que o grande motivo de interesse reside na possibilidade de ver que Tom Hanks “não casa” realmente com Roberts (que, diga-se em abono da verdade, voltou a ser aquela máquina). O filme vê-se bem; a história é engraçada e verosímil, tem alguns bons momentos de humor e algumas personagens bem apanhadas, mas no todo não aquece nem arrefece. Ficam o encanto de Julia Roberts, mais a scooter e Hanks, que se recusa, e bem, a envelhecer. Pergunta: que faz ali Pam Grier?

«Ridley Scott prepara novo "Blade Runner"»


Estou fulo e prestes a iniciar uma guerra santa. «Blade Runner» há só um. Que diacho é isso, Ridley?

sexta-feira, agosto 12, 2011

Na praia com


Amanhã, mais uma das reuniões (não) secretas de fim-de-semana ao sabor do sol e do mar. Com muito iôdo à mistura.

quinta-feira, agosto 11, 2011

Nos obscurantes 48 anos (5)


Quilo e meio de Floresta Negra e de barriga, calção de banho a minguar. Paciência, é/foi uma delícia. Graças a D. Generosa.

Nos obscurantes 48 anos (4)


Peço desculpas pela quebra de privacidade, e pela promiscuidades entre vós três, mas a paixão pela Britains tem destas coisas.

Nos obscurantes 48 anos (3)


Inqualificável omissão das prateleiras do fabuloso mudo, acabadinha de rectificar, assim mesmo, sem os tais de acordos ortográficos.

Nos obscurantes 48 anos (2)


Brigitte Helm, Brigitte Helm, Brigitte Helm. Sempre.

Nos obscurantes 48 anos (1)


Com direito a cartão e chave de acesso e tudo, ao mundo virtualmente fabuloso de Childwickbury Manor. Viva Kubrick!

sexta-feira, agosto 05, 2011

Filmes em revista sumária # 280


Não é por coisas mas muitos dos super-8 daquela arrecadação, que aguardam o conserto da projectora respectiva, têm mais interesse de enredo, época e imagem do que este filme de J.J. Abrams, Spielberg, Industrial, Light & Magic, & Cia. Lda. É certo que a novel ninfetta (chapeau) que dá pelo nome de Elle Fanning, e que por sinal arruma com a demais concorrência em «Super 8», e os pózinhos de «E.T.», «Goonies» e respectivas variações, entretêm q.b. e a ideia de um filme de adultos a ser rodado por crianças num filme para adolescentes (ou será outra a ordem?) é engraçada. O ritmo da montagem, verdadeira especialidade de J.J.Abrams, e os efeitos especiais fazem o resto. Tudo o mais é puro exagero de sessão estival.

Esta noite na Expo, por 10 €


Serei Chaney em «Mr. Wu».

terça-feira, agosto 02, 2011

Al mejor


Acabadinha de sair, nova remessa da 1ª temporada da série «Verão Azul», à venda por aí. Eu que nunca tinha gostado desta série, desconsiderando-a como sub-produto da de «Os Cinco» e, claro, da superlativa «Os Pequenos Vagabundos», dei por mim fã incondicional da mesma aquando da recente reposição via RTP Memória. A Nerja, já!

segunda-feira, agosto 01, 2011

Desde antes de ontem


Que ainda não me refiz do ping-pong imaginário em pleno Bugio entre o generalíssimo de Filipe II e o corsário de Isabel. Insuperáveis.

Filmes em revista sumária # 279


Confesso que a “imagem” que detinha do assassinato de Lincoln é a de um desenho de infância, em que um actor amalucado de nome Booth lhe entra pelo camarote adentro donde aquele se encontrava assistindo a um teatro, lhe dispara à queima-roupa e imediatamente salta para o palco gritando algo, escapulindo noite fora logo de seguida. Pouco mais sabia ou quisera saber sobre o assunto, talvez. Dito isto: desconhecia por completo o enredo da conspiração de «A Conspiradora» e muito menos a Mrs. Surratt, que Robin Wright representa à la Falconetti de forma magnífica.

O filme vê-se bem, pese embora os filtros exagerados que Redford parece querer usar de propósito, como viagem retro, talvez, sendo que há certas passagens em que as personagens parecem pintadas de tanta saturação de cor. A mensagem de mea culpa, em mais este episódio pouco dignificante das liberdades e garantias das terras de tio Sam, foi recebida, obrigado. Realce para outras boas interpretações, com Evan Rachel Wood à cabeça. Tom Wilkinson está cada vez mais dickensiano; Kline, sorumbático; e James McAvoy cumpre sem ser por aí além.