Filmes em revista sumária # 293
Desde há tempos explorando o filão dos filmes de terror (a modos que replicando o que os franceses fizeram há mais de meio século em relação aos policiais americanos), o cinema espanhol é capaz do melhor e do pior. Desta feita, e embora claramente descompensado, fruto de uma saturação natural provocada por demasiados clichés e déjà vu (sobretudo a partir do meio do filme), «Os Olhos de Júlia» são do melhorzinho que o cinema de terror nos tem dado ultimamente, graças a uns pozinhos do que de bom Guillermo del Toro tem feito/produzido e à actriz que é Belén Rueda.
Pelo meio há caves escuras, corredores de hospitais abandonados, personagens que insistem em ficar isoladas contra todas as indicações, arcas frigoríficas com cadáveres, facas que saltam das gavetas da cozinha, filhos assassinos por causa das mamãs, fios de telefone cortados, etc., etc. Ouvir um filme em castelhano sabe sempre bem, este ainda por cima dá para entreter, e uma boa surpresa aqui ou ali (a ideia de um homem ser invisível por tão insignificante ser…), e a mais Morales, o realizador, não é obrigado.