Filmes em revista sumária #472
«Namoro à Espanhola», do madrileno Emilio Martínez-Lázar, é uma comédia em tom de paródia ligeira, e brejeira em muitos momentos, aos supostos clichés que os não bascos (e o título no original é muito mais sugestivo: «Ocho apelidos vascos»), mais propriamente, os andaluzes, terão acerca dos oriundos da “terra do euskara” e vice-versa. A receita para estas coisas já é velha mas parece que muito realizador continua a ter um forte sentido de oportunidade, sobretudo agora, no rescaldo do mega-sucesso francês «Rumo ao Norte» (Dany Boon, 2008), que está para durar (haverá algum por terras lusas para breve?), sendo que desta vez estamos perante o óbvio:
Trata-se de cavalgar êxito alheio - e o italiano Luca Miniero já o havia feito com «Bem-vindo ao Sul», em 2010 – sem lhe acrescentar mais nada do que apenas alguns condimentos. E, tal como em muitas outras ocasiões, estamos mais uma vez perante a prova provada de que o primado do original sobre a remake é mais do que certo, ainda que seja indiscutivelmente verdade que ninguém sairá mal disposto de «Namoro à Espanhola» pois o filme diverte de tão tonto que é e há cinco personagens impagáveis: o noivo incauto (Dani Rovira), a viúva picante (Carmen Machi), o padre Inazio (Aitor Mazo) e os colegas do botequim sevlhinao (Alberto López and Alfonso Sánchez).
Portanto, recomenda-se o espectador destemido para que se prepare para um chorrilho de lugares-comuns, situações forçadas ainda em maior número e muito exagero de parte a parte, mas também para uma fotografia bem bonita, algumas gargalhadas irreprimíveis e para aquele salero que só os espanhóis conseguem ter, sejam eles de onde forem.