Filmes em revista sumária #512
Mas, por outro lado, a verdade é que tomara que os filmes que os estúdios norte-americanos vão fornecendo às pazadas todos os anos, especialmente os que giram em volta de “quem matou?”, tivessem a qualidade deste filme do francês Gilles Paquet-Brenner, o qual, coitado, não é David Fincher, bem entendido, nem de perto nem de longe.
Talvez que o problema de «Lugares Escuros» seja, afinal, o de ter prometido demais e resultar em pouco, talvez por culpa de uma má gestão dos vários tempos da narrativa (má montagem? Culpa dos 33 produtores!?), fazendo inclusive com que as diferentes narrações ao longo do filme (que são uma excelente lembrança, aliás como a história da família ter como apelido Day) se tornem confusas e surpreendentemente desinteressantes quando deviam ser exactamente o contrário.
A páginas tantas o que interessa é seguir Charlize, o seu trauma e as suas emoções, que valem meio filme, muito mais do que os traumas alheios ou saber quem matou quem e porquê, coisa que se adivinha mais cedo do que seria conveniente. Pelo meio há um subaproveitadíssimo clube dos “maluquinhos dos crimes”, que valia um outro filme só para si, e algumas personagens dispensáveis. Nota alta para uma secundária chamada Chlöe Grace Moretz, em clara ascensão, e para a música, a cargo de Gregory Tripi.
Está acima da média? Sim. Sabe a pouco? Sabe. É um daqueles casos em que o filme não faz jus ao livro? Talvez, não lemos.