sexta-feira, julho 20, 2007
Na peugada do ... antigo e do moderno
Ao fundo, a entrada na Carrée d'Art, de Norman Foster, o museu de arte contemporânea de Nîmes. Filtrada pelas colunas de há 2.000 anos da Maison Carrée, templo romano de Augusto. É assim por todo o lado.
quinta-feira, julho 19, 2007
A fabulosa colecção da Terramarear:
Parece que vale uma fortuna nos tempos que correm, ainda bem que assim é, porque a minha, que está completa, é em 1ª edição e está em bom estado (apesar de ter sido toda lida), está encadernada (quase toda, ao sabor da bolsa) a meia-francesa de pele, mantendo capas e não aparando.
Um dia hão-de ser todas (re)lidas, aquelas aventuras de Burroughs, Kipling, Stevenson, Biart, Sewell, Twain, Kingsley, Aragón e tantos outros, traduzidas, tantas vezes, por Monteiro Lobato e com capas ilustradas assim! Disto, já não se faz.
quarta-feira, julho 18, 2007
Na peugada de ... Les Gorges du Verdon
Se há 2 anos a desculpa foi o medo de ser jogado fora da canoa, Dordogne adentro, e há 1 ano, em Alcantara, a água não passava do umbigo, desta vez não pode haver desculpas para não mergulhar nestas gargantas.
«Le pays est d'une telle variété qu'il défie l'unité. Rien de ce qu'on peut voir ailleurs ne se trouve ici. Les qualités de ce pays sont des qualités de lumière, à mesure que les heures de votre voyage se déroulent, vous quittez un village rose pour trouver un village blanc, vous quittez le blanc pour le bleu...Ce pays est d'une malice inouïe." (Jean Giono)
terça-feira, julho 17, 2007
Na peugada de ... Sade
Por entre as ruínas do seu burgo em Lacoste, e arredores, desde o miradouro, imitando Rampling, em «Swiming Pool», ou por entre o Luberon e Vaucluse, talvez dê para encontrar Justine, ou alguma das outras, antes de serem vítimas de qualquer perversidade.
«Le marquis et son valet Latour sont arrivés sur le Vieux-Port le 27 juin 1772 au matin, venant du château de Lacoste. Que vient faire Sade à Marseille ? Chercher de l'argent, dira-t-il. Mais ce sont des filles que Latour, en bon valet de comédie, va aussitôt chercher. Il ramène Marianne, Mariannette et Mariette, qui, malgré leurs prénoms, ne sont pas des enfants de Marie. Il les a trouvées dans un bordel de la rue Saint-Ferréol-le-Vieux. La fête commence.
Donatien Alphonse François, marquis de Sade, fixe les places, indique les mouvements, comme s'il dirigeait une répétition. Il fait allonger Latour et Marianne sur le lit. Il fouette la malheureuse tout en «manualisant» son valet, comme on disait à l'époque. Il écrit la pièce en même temps qu'il la joue. Le marquis est un homme de théâtre autant qu'un libertin. Il a même créé le premier festival théâtral dans son château de Lacoste. Il annonce Vilar et Avignon.
La flagellation est alors très en vogue chez les gens de plaisir. L'inspecteur de police Marais, qui suivra Sade comme son ombre pendant des années, note dans un rapport qu'on trouve force poignées de verges dans les petites maisons où on se fait étriller de bonnes façons. Le siècle des Lumières est aussi le siècle des lanières. (...)» (François Caviglioli, Le Nouvel Observateur)
Fonte: http://www.blork.org
segunda-feira, julho 16, 2007
Na peugada de ... Marcel Pagnol
Daqui por uns dias, se tudo correr bem, lá iremos à procura de pãezinhos de La Femme du Boulanger. Ou será que Raimu ainda está a curtir as mágoas, desde que a sua mulher o deixou entregue à levedura em 1938?
sexta-feira, julho 13, 2007
Na peugada do ...cavalo da Camargue
Em Castro Marim há o sapal, e na Camargue há aquelas praias de areia branca, canaviais, touros e cavalos caminhando pelas águas-mortas reinando sobre a paisagem enquanto Aigues Mortes. A confirmar, em breve, a razão porque São Luís a abençoou.
quinta-feira, julho 12, 2007
Na peugada de ... lavanda
«Dans les civilisations Grecques et Romaines où bien-être et propreté sont répandus, la lavande est souvent citée pour les usages connus aujourd'hui : parfumerie, médecine et soins du corps (bains à la lavande, eau pour la toilette, adoucissant pour le linge).» (in Les Routes de la Lavande)
Se não formos a tempo de ver os campos de lilás vestidos, ao menos que a tempo do Corso de la lavande à Digne-les-Bains.
quarta-feira, julho 11, 2007
Na peugada de ... Laura, de Petrarca
«Petrarca aveva 23 anni quando incontrò per la prima volta Laura, diciannovenne, nella chiesa di Santa Chiara in Avignone il 6 aprile 1327, la donna misteriosa, bellissima ma già maritata, che lo tenne "ardendo" per 21 anni e che ispirò i suoi celebri versi, raccolti nel Canzoniere. Sono 366 poesie che esprimono i diversi stati d’animo del poeta, presentate secondo uno schema che non sembra quello temporale. Molte poesie sono senza data e gli studiosi si sono sempre sforzati di ritrovare l'ordine cronologico dei versi del Petrarca.»
Dizem que Laura terá sido Laura de Noves, mulher de Hugues de Sade, mas nunca se saberá. Nem quantas vezes estiveram perto um do outro. De qualquer modo, Petrarca transpôs o seu amor para poemas, tornados sonetos. Quem sabe se a encontraremos...
Fonte: Progetto Polymath
Sábado, irei perder ...
«Der Student von Prag» (1926), de Henrik Galeen, um dos filmes mais míticos do Mudo, ainda por cima com um actor para além de todas as classificações: Conrad Veidt.
Serão 80 minutos inesquecíveis para os espectadores da sessão das 19h30 da Cinemateca. Adeus, até ao teu regresso!
terça-feira, julho 10, 2007
He was the most extraordinary man I ever knew.
Ainda tempo para três menções, sabe-se lá porquê, a T.E. Lawrence: o filme, «Lawrence of Arabia», obra sublime de Lean (1962); o livrinho de bolso homónimo, de Robert Bolt, e os «7 Pilares da Sabedoria», do próprio, do genuíno, de Thomas Edward ... perdido que está no meio do pó.
La mia canzone al vento
Não é preciso ser-se nenhum Pavarotti para trautear esta belíssima canção (por sinal de filme homónimo - esta, desconhecia - de 1939) enquanto o vento nos cerca e desmembra:
Sussurra il vento come quella sera
vento d’aprile di primavera
che il volto le sfiorava in un sospiro
mentre il suo labbro ripeteva giuro
ma pur l’amore é un vento di follia
che fugge... come sei fuggita tu.
Vento, vento
portami via con te
raggiungeremo insieme il firmamento
dove le stelle brilleranno a cento
e senza alcun rimpianto
voglio scordarmi un giuramento
vento, vento
portami via con te.
Tu passi lieve come una chimera
vento d’aprile di primavera
tu che lontano puoi sfirarla ancora
dille ch’io l’amo e il cuore mio l’implora
dille il ch’io fremo dalla gelosia
solo al pensiero che la baci tu.
Vento. Vento
portami via con te
tu che conosci tutte le mie pene
dille che ancor le voglio tanto bene
sotto le stelle, chiare
forse ritornerá l’amore
vento, vento
portami via con te.
Sussurra il vento come quella sera
perché non torni é primavera.
Sussurra il vento come quella sera
vento d’aprile di primavera
che il volto le sfiorava in un sospiro
mentre il suo labbro ripeteva giuro
ma pur l’amore é un vento di follia
che fugge... come sei fuggita tu.
Vento, vento
portami via con te
raggiungeremo insieme il firmamento
dove le stelle brilleranno a cento
e senza alcun rimpianto
voglio scordarmi un giuramento
vento, vento
portami via con te.
Tu passi lieve come una chimera
vento d’aprile di primavera
tu che lontano puoi sfirarla ancora
dille ch’io l’amo e il cuore mio l’implora
dille il ch’io fremo dalla gelosia
solo al pensiero che la baci tu.
Vento. Vento
portami via con te
tu che conosci tutte le mie pene
dille che ancor le voglio tanto bene
sotto le stelle, chiare
forse ritornerá l’amore
vento, vento
portami via con te.
Sussurra il vento come quella sera
perché non torni é primavera.
Na peugada de ... Aníbal
«No ano de 219 a.c., Aníbal atacou Sagunto, aliada de Roma, o que provocou o inicio da Segunda Guerra Púnica. Perante a surpresa geral, decidiu invadir Roma por terra a partir da Península Ibérica, em parte obrigado pela inferioridade naval e as dificuldades financeiras para armar uma armada. O primeiro que fez foi garantir a neutralidade dos povos celtas que ia encontrando pelo caminho. Nos dias que antecederam a sua partida recebeu em Cartagena os chefes das tribos da Gália Cisalpina, dos quais obteve amizade e informação fundamental para poder atravessar os Alpes. (...)
Aníbal partiu com um exército composto por 90.000 soldados de infantaria, 12.000 cavaleiros e 37 elefantes. No fim do Verão, depois de vencer a resistência que haviam oferecido as tribos celtibéricas de Catalunha, conseguiu cruzar o Ródano. A rapidez da marcha logrou evitar o confronto com duas legiões romanas que tinham desembarcado em Marselha sob o comando de P. Cornélio Cipião...»
Fonte: http://palma1.no.sapo.pt
segunda-feira, julho 09, 2007
Os últimos 5 livros?
Puxa, Ricardo, puxa, Isabel, tramaram-me! Já lidos, os últimos cinco? Bom, deixem-me ver:
«Memorial do Convento», depois de 30 anos de tabú com aquela editora. «Walden», de Thoreau, por descobrir há demasiado tempo, o lago e o autor. O 1º volume de uma colectânea de contos do meu mais-que-tudo, H.P. Lovecraft. O 1º volume dos contos de Hawthorne, também por descobrir há tempo demasiado. Entretanto estão quase no fim a «História Geral dos Piratas» e os «Diálogos em Roma», de Francisco de Holanda.
E passo a bola (salvo seja) a Um blog sobre Kleist, Ferdinand von Galitzien, ao Estado Civil, ao Sorumbático e ao Perplexo (allô, JCN!).
P.S. Acabou de sair mais um fascículo com não sei quantas pranchas do Príncipe Valente ... mas com grande frustração minha, Ricardo, por não conseguir convencer o José Manuel Vilela a fazer o mesmo em prol do Flash Gordon ou do Tarzan.
sexta-feira, julho 06, 2007
If they move, kill 'em!
Há gente que não merece nem o ar que respira. Por isso, seguir a ordem gritada a plenos pulmões por Pike Bishop, aquando do assalto ao banco, na primeira grande sequência do filme, é um favor que se faz à Humanidade e ao Planeta Terra. Nem que no fim o feitiço se vire contra o feiticeiro.
Se me derem esta arma, eu resolvo o problema!
Ou, por outras palavras:
-Why don't you go to the police?
-Philip Raven: I'm my own police.
quinta-feira, julho 05, 2007
«Coisas que interessam a este blogue»
Este é o título de um dos mais recentes posts de JPP no seu (eu diria nosso, de todos os portugueses) Abrupto. Bolas, é a mais bem achada «declaração de interesses» que alguma vez li. E gostava de a ter assinado, ponto por ponto.
quarta-feira, julho 04, 2007
Parabéns a você:
Gina «Nazionale» faz hoje 80 anos!
Mas a notícia já corria mundo ... há dias! Citada pela ANSA, em 29 de Junho:
«Il compleanno? Ma non me ne importa nulla, le cose belle sono altre!' a dirlo e' Gina Lollobrigida che compie ottanta anni. E' immersa nel suo lavoro di fotografa e di scultrice: 'sono piena di lavoro, perche' sto contemporaneamente preparando due libri di fotografie e uno sulle mie sculture. Anzi, sto anche cercando un luogo adatto a Roma, per esporle'. E il cinema, l'amore, i ricordi? ''Per quelli sto pensando di scrivere una autobiografia, sto cominciando.»
A melhor recordação cinematográfica que retenho dela é a do seu papel num filme com Gérard Philipe, «Fanfan La Tulipe», de 1962. Nunca pertenceu à galeria aqui da coluna ao lado. Enfim, altri tempi...
terça-feira, julho 03, 2007
No Palácio Foz, Sábado, às 11h:
Duas horas do melhor cinema de animação que alguma vez foi feito, numa «Fantasia», de Disney, de 1940, dando corpo a uma brilhante iniciativa (mais uma!) da Cinemateca em prol da divulgação do cinema.
Desta feita é junto das crianças, e o título é «Cinemateca Júnior» e diz tudo: matinés infantis, exposição de artefactos de cinema, muitas curiosidades e muita interactividade, também. É uma festa do cinema, que se espera continue por muito e muito tempo. Além do mais, o espaço é muito bonito e convém descobri-lo, mesmo que só espreitando aqui e ali.
Desta feita é junto das crianças, e o título é «Cinemateca Júnior» e diz tudo: matinés infantis, exposição de artefactos de cinema, muitas curiosidades e muita interactividade, também. É uma festa do cinema, que se espera continue por muito e muito tempo. Além do mais, o espaço é muito bonito e convém descobri-lo, mesmo que só espreitando aqui e ali.
Filmes em revista sumária # 51
Confesso que não estava à espera de ver nada de relevante em «Lady Chatterley», não tanto porque não goste do cinema de Pascale Ferran (agora regressado) mas tão só porque acho que D.H.Lawrence é genuinamente inglês, ou seja; adaptações dele só ... inglesas ... veja-se a desastrosa transfiguração de Danielle Darrieux! ... por muitos argumentos que a sensibilidade, a poética e a câmara francesas consigam sempre fazer vingar em adaptações literárias. Só que a frigidez inglesa, a separação de classes, a melancolia congénita, entendia eu que não poderiam ser filmadas a não ser por um britânico. Puro engano.
Esta adaptação é fabulosa e muito melhor que a de 1981, com Kristel, e só peca mesmo por trazer algumas originalidades apimentadas ao imortal romance, e em ter uma dupla de actores principais que, tendo óptimas prestações nos papéis da Lady e do couteiro protagonistas, não tem, comprovadamente, aquele traço inglês tão sui generis ... a começar pelo idioma, mais ela do que ele, diga-se. Mas Marina Hands está soberba: frágil e delicada, sonhadora mas perversa, déspota, mesmo. Também Jean Louis Coullo'ch o está: boçal mas sensível, bruto mas envergonhado.
Realce sobretudo para as soluções criativas de Pascale Ferran, quer no que toca a dar vida aos Elementos (ar, água, fogo, terra), à carnalidade reprimidade, à descoberta dos sentidos (todos eles elementos tão característicos da obra de Lawrence), quer às soluções técnicas da própria realização e montagem, com destaque para o uso da narração (off vs. intertítulos), para a síncope entre capítulos, etc.
Melhores sequências do filme: a viagem com a irmã e um amigo a Menton, já no final, como que a meter o espectador num filme de família, de época, literalmente, a correria à chuva, nús, e o da primeira aproximação, debruçados sobre a capoeira dos pintos.