sexta-feira, novembro 30, 2007

And there goes the Challenger, being chased by the blue, blue meanies on wheels.




«Vanishing Point» (1971)

Um cheirinho do melhor road movie de todos.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Filmes em revista sumária # 70


A máxima «tudo o que é demais enjoa» não se aplica neste «Paranoid Park», «enésima» revisitação de Gus Van Sant ao universo teenager, seus traumas e conflitos, suas conivências e ambivalências. Muito menos se trata de uma versão pomposa dos habituais filmes de um seu colega de profissão; Larry Clark, bem entendido. Por isso, o filme vê-se com agrado. Com efeito, por mais monótono que o ritmo se pareça ao espectador mais incauto, e por mais pesado que seja o barulho dos sucessivos malabarismos de skate, a verdade é que este filme é um belo de um filme, senão veja-se:

«Paranoid Park» está superiormente fotografado (com alguns planos a lembrarem o inesquecível «Verão de 42» e uma profusão de cores, luzes e filtros, combinando os grandes planos do protagonista com planos de profundidade irrepreensíveis) e está realizado com um fio condutor muito bem montado, sempre que possível, cruzando o real e o onírico (a cena de sexo é um prodígio de encenação), e, geograficamente falando, o parque em questão funciona como tubo de escape para uma série de adolescentes que precisam disso mesmo, um escape, a modos que o parque de diversões do insuperável Pinóquio. Um acidente trágico, vai fazer o protagonista «cair na real», ou talvez não.

Those who come with a sword to us will die from that!


«Aleksandr Nevskiy» (1938)

quarta-feira, novembro 28, 2007

Amanhã, pelas 10h, na Antena 2:

"Às 7h da manhã do dia 29 de Nov. de 1807, foi dada ordem para levantar âncora. Parara de chover e, já com o céu limpo, os navios, escoltados pela frota inglesa, partiam. Cerca de 10 mil aristocratas, ministros, eclesiásticos e criados, a bordo de frágeis navios portugueses, os quais a 7 de Março do ano seguinte e após breve escala na baía, aportariam definitivamente em terras brasileiras"

Este é o prelúdio ao programa que o meu amigo JC fez para assinalar os 200 anos da partida da corte portuguesa para o Brasil.

Carteiristas (2)



«Pick-up on South Street» (1953)

E a raça e o fulgor do cinema espartano de Fuller.

Carteiristas (1)




«Pickpocket» (1959)

E a estética e a técnica, a régua e esquadro, de Bresson.

terça-feira, novembro 27, 2007

Leitura para amanhã, à falta de quadro disponível na parede:


«The Great Red Dragon and the Beast from the Sea» (1805)
Washington, DC, National Gallery of Art

Nos 250 anos do nascimento de William Blake (1757-1827). Lido e a reler: As Cantigas da Inocência e da Experiência.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Filmes em revista sumária # 69



Sejamos directos: metade do pouco que «American Gangster» vale deve-se a Denzel Washington, e a outra metade à meticulosa banda sonora que Ridley Scott escolheu para esta sua primeira incursão pelo universo gangster, sem, contudo, chegar alguma vez sequer a medir meças com a montagem e o ritmo alucinante dos filmes de Scorsese, o fausto operático e as personagens trabalhadas, de Coppola, ou com a apoteose de Leone, de «Era uma Vez na América». Ridley Scott é um homem de bom gosto, mas tarde em reencontrar-se, se for isso, de facto, o que pretende. Filme após filme, é triste ver a falta de alma (bem apanhada, a observação de João Lopes) com que tece os seus últimos filmes, de há uns anos a esta parte.

Há bom gosto, mas não há chama; tudo é mecânico e visualmente redundante. Cenas a reter: a sequência da perseguição de Crowe ao irmão de Lucas/Denzel. Melhor cena: a do pelotão operário do corte e preparação da droga, em pelota, ao ritmo do mais puro dos blues, No cômputo geral não se pode dizer que o filme seja um fracasso, que não é; que não distraia, que distrai; mas que sabe a pouco, lá isso sabe.

Hoje, às 15h30, na Cinemateca.


«A Hora do Lobo» (1968)

Espero que gostes tanto quanto eu gostei.

domingo, novembro 25, 2007

Dance is everything!


Sei que a frase é da personagem Lermontov, em «Sapatos Vermelhos», personagem inspirada no mítico Diaguilev, mas, como na 5ªF passada morreu o coreógrafo francês Maurice Béjart, aqui fica a homenagem, por portas travessas.

sábado, novembro 24, 2007

Séneca e a «Loucura de Hércules»

«O que os desgraçados desejam em extremo, crêem-no facilmente».

sexta-feira, novembro 23, 2007

Alain Delon leiloa hoje quadros do início do século XX

«O francês Alain Delon vai leiloar esta sexta-feira, em Paris, na França, um lote composto por quadros de pintores do início do século XX, especializados em paisagens figurativas do sul do país. Argumentando que quer vender as suas obras de arte enquanto é vivo, o actor tem vindo a desfazer-se da sua colecção de arte rica e variada, que inclui quadros mas também esculturas, e que manteve durante várias décadas. Afirmando-se um coleccionador que comprava «por paixão», o artista começou por adquirir desenhos dos séculos XVI e o XVII nos anos 60. Passou de seguida à compra de pinturas de artistas do século XIX, como Géricault, a sua grande paixão, Delacroix, Millet e Corot, e, posteriomente, à abstracção dos anos 50.»


Fonte: Diário Digital

«Um verdadeiro doente está isento do tormento do tédio»

Disse-o Boécio, e eu concordo.

There's something in the fog!


«The Fog» (1980)

E eu que o diga: achei uma moeda de 1 €, de proveniência alemã, ainda por cima, pois exibia uma orgulhosa águia em uma das faces.

quinta-feira, novembro 22, 2007

O Grito do Ipiranga

quarta-feira, novembro 21, 2007

I am big. It's the pictures that got small


«Sunset Boulevard» (1950)

Cidades cujos nomes se me viram filmes #10:


Klondike, no Canadá, lembra-me índios e garimpeiros, em busca do ouro fácil, a corrida ao ouro, no séc.XIX, as pepitas e as fortunas rápidas, rapidamente conseguidas e rapidamente gastas, também. Mas também me recorda as aventuras do inultrapassável Jack London, por entre o frio e a neve, os cães esquimós, os lobos e tudo o resto, de «Caninos Brancos» e do «Apelo da Selva», por exemplo.


E vejo imagens e sequências de «Klondike Annie» (1936), com (diria mesmo de - com pedido de desculpas a Walsh, claro) Mae West, essa força da natureza, filme de aventuras e paixões, onde ela fazia gato-sapato de um, então, imberbe (um dos muitos amantes que Mae promoveu no circuito cinematográfico), Victor McLaglen, em fuga de Chinatown para o Alasca.

terça-feira, novembro 20, 2007

Ontem, em Cascais, não foi exibido «La Règle du Jeu», de Renoir


Mas a galeria teve direito a «Les Enfants du Paradis» (1945), de Carné.


Quand j'étais enfant, j'étais déjà plus lucide, plus intelligent que les autres, ils ne me l'ont pas pardonné. Ils voulaient que je sois comme eux

segunda-feira, novembro 19, 2007

Filmes em revista sumária # 68


De filme de Tom DeCillo, é sabido que é difícil não gostar, já que, regra geral, há uma boa história, há bom gosto, há ritmo e há boas representações (Buscemi está impagável, mais uma vez). É o que se passa com «Delírios», charge, bem apanhada, ao mundo do estrelato MTV, dos paparazzi e da genuinidade que sempre vence (haja esperança!). Independente, sempre.

Get up, boy. I bet you can squeal. I bet you can squeal like a pig



«Deliverance» (1972)

sexta-feira, novembro 16, 2007

Joselito vs. Joselito



Se um, cantava e encantava, enchendo salas como a do Odéon, em Lisboa, nos anos 50; do outro lado do Atlântico, a mente distorcida de Burroughs, apresenta-nos o camponês mexicano, homónimo de el niño ruiseñor, profissão: contrabandista de carne de bezerros precocemente abatidos. Joselito vai ser objecto de tratamento médico «exemplar». Será que alguma das letras das canções do pequeno espanhol lhe poderá valer?

In the fifth, your ass goes down. Say it.



«Pulp Fiction» (1994)

quinta-feira, novembro 15, 2007

My name is Thornhill, Roger Thornhill. It's never been anything else


«North by Northwest» (1959)

Estufa interior:

Pêndulo de velejador intrépido, vindo directamente du passage de l'Odéon. Colecção de sêlos históricos de França, com moldura dourada e passepartout preto. À frente, maquete do castelo de Azay-le-Rideau. Ao lado, empoleirados e bem dispostos no plateau: 3 figurinhas de bailarinas de flamenco, acompanhadas por 3 comparsas cantores e precussionistas. Sobre eles, um picador procura o seu touro Miura.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Johnnie's second love is his girlfriend


«The General» (1927)

Hate keeps a man alive. It gives him strength


«Ben Hur» (1959)

terça-feira, novembro 13, 2007

Filmes em revista sumária # 67


Em «30 Dias de Escuridão» não há apelo nem agravo, para nada nem ninguém. O destino está traçado no exacto momento em que aquele passageiro do navio encalhado no gelo, avança decididamente até ao penhasco, sobre a «população-alvo» lá em baixo, ao longe, desprotegida e prestes a ficar de noite, 24h sobre 24h (um dos melhores planos de todo o filme, afinal). A partir daí tudo está à mercê dos vampiros liderados por um transfigurado Danny Huston; e a quem quiser escapar do morticínio geral só resta mesmo é esperar, o melhor que se pode, pelo renascer do sol. Se a isto se juntar o grafismo próprio das bandas desenhadas contemporâneas, então, não nos podemos admirar que este filme seja excessivamente «mecânico» (como afirmam algunas críticos mais reticentes), demasiado gótico (por sinal, a fotografia do filme é realmente notável de monocromática), ou sem alma.

De facto, aqueles vampiros, não sendo da colheita de Romero ou de Carpenter (e como este filme toca a «The Thing», na construção da ameaça, do ambiente, da metodologia da razia, do duelo final à «western», ...), são fruto de outra geração, não só de realizadores novos, saídos de Sundance & Cia., mas talvez mesmo daquela que Danny Huston refere como tendo estado séculos sem saber da existência das noites longas do Alasca, e séculos a fazer crer aos humanos que eram os vampiros apenas sonhos e pesadelos. Um belíssimo filme, este; e David Slade, claro, depois de «Hardy Candy», soube mudar de agulha e voltar a tocar bom cinema, juntando o branco e o negro, o dia e a noite, o lento e o rápido (muito bem inseridos os planos em «slow motion» e em «fast forward»). Um pequeno senão: uma quebra (evitável) no ritmo a 3/4 do filme, talvez por alguma falta de traquejo na direcção de actores...

segunda-feira, novembro 12, 2007

Sortes iguais, destinos diferentes?


Sortes iguais nos meus dois amores futeboleiros, com derrotas por 3. Só que um costuma ficar-se pelo Natal, e o outro costuma chegar em primeiro no final.


Texto editado (obrigado, Knoxville!)

I'm Deranged



Bowie cantou-o em «Lost Highway», em 1997. E foi assim todo o Sábado.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Há 6.570 dias


I've got you under my skin.

Aos dias 9 e 11,


«Flesh and the Devil» (1926)

quinta-feira, novembro 08, 2007

Tampo de arca espanhola, do tempo dos piratas

Candeeiro Gallé, juntinho a moldura de 70 anos, com fotos defronte ao Pavilhão Vendome e à London Bridge. Lá atrás, galinha e Manolete em barro e papier maché, oriundos de Roussillon e Plaza Mayor, respectivamente.

Vigiando, sobranceiros: jarrões coloridos, um de Sintra, Velha, e outro de Taormina; o primeiro com desenhos de peixes; o segundo, cabeça e coroa de rei mouro, engalanado de farta bigodaça e frutos vários. Mais à frente, sinete de Ricardo, Coração de Leão, directamente de Fontevraud, e pisa-papéis com Arco de Triunfo, Torre Eiffel, Notre Dame boulangerie e muitos flocos de neve:

Rosebud!



Texto editado

The whole world's my hiding place!



«The Invisible Man» (1933)

quarta-feira, novembro 07, 2007

Uma música que, vai não vai, se me ecoa bem dentro


Alone Again, Naturally, de Gilbert O'Sullivan, que, juntamente com o disquinho da Família Partridge e os rondos de Mozart, por Badura-Skoda, foi quem estreou aquele meu saudoso rádio-gira-discos portátil, verde e branco, que parecia uma mala de executivo, e que tocou e durou até um dia ficar rouco e afónico.

terça-feira, novembro 06, 2007

You run the job, but I run the show.


«The Getaway» (1972)

Não me canso de ver este filme soberbo de Peckinpah, e com essa dupla de oiro: MacQueen e McGraw.

Pg.161, 5ª frase completa:

«Conservavam as características de uma raça muito antiga: maçãs do rosto salientes, olhos azuis e rasgados, boca grande».

Mil obrigados, caro Ricardo, pela lembrança, a que tive que esticar o braço e apanhar a «Erzsébet Báthory, A Condessa Sanguinária», de Valentine Penrose, da Assírio & Alvim, por sinal um livro extraordinário sobre uma mulher extraordinária que, entre a palidez do rosto e umas mãos tremendamente compridas, se entretinha a espetar alfinetes por debaixo das unhas das campónias que caçava, cortava-lhes os mamilos, mordia-lhes os ombros, metia-as na Dama de Ferro, etc., etc.

PS- Passo a bola à Isabel, do Miss Pearls, ao Medina Ribeiro, do Sorumbatico, ao Rui Tavares, do Pobre e Mal Agradecido, ao Pedro Correia, do Corta-Fitas e ao Jorge Ferreira, do Tomar Partido.

Ao som do flautista de Hamelin


Lendo a história do Flautista de Hamelin, vertida em edição de luxo da Lello pela mão sábia de Disney, de lombada a tecido encarnado e tradução de determinado e afamado brasileiro, a teu lado me comovi, lendo aquela parábola sobre as hipocrisias e as promessas incumpridas. Houvesse uma terra inexpugnável do lado de lá de uma montanha, cheia de guloseimas, brinquedos e ...

segunda-feira, novembro 05, 2007

No século passado a «coisa» era muito ingénua:


«Der Golem» (1920)

sexta-feira, novembro 02, 2007

Filmes em revista sumária # 66


«O Escafandro e a Borboleta» é, provavelmente, o melhor filme em exibição em Lisboa, mas também é o que mais se arrisca a passar despercebido do público, que não o amantíssimo e fidelíssimo do cinema francês. Trata-se de um daqueles filmes quase impossíveis de realizar por um norte-americano, sendo que Schnabel até é americano... Trata-se, também, de um filme sobre a língua francesa. Um filme fabuloso, com interpretações de sonho (Mathieu Amalric é já um caso sério do novo cinema francês), do primeiro ao último fotograma.

Realce para o humor negro, de elevada finesse ... não é preciso ter-se um acidente vascular cerebral para se viver como se dentro de um escafandro, nem para deambular pelo imaginário como se se fosse uma borboleta. Além do mais, é o filme imprescindível de Dia de Finados. Cinema com "C", com a fotografia de Kaminski em grande plano (literalmente) e uma banda sonora de busca obrigatória pela Amazon francesa, s'il vous plait.

Os 101 Dalmatas


Sábado, pelas 15h, na Cinemateca Júnior, no Palácio Foz. Mais um Disney imperdível, de 1961.

Filmes em revista sumária # 65


Verdadeiro flop, este «The Invasion», remake do clássico de sci-fi terrífico. É uma pena ter que dizer isto de um filme com Nicole como protagonista, mas é a mais pura das verdades. O filme tem alguns bons momentos (por ex. a inevitável sequência no metropolitano) mas não chega a descolar da mediocridade encapotada: argumento, verosimilhança das personagens, homenagem ao género e ao original, montagem e realização. Ui, tanto dinheiro mal empregue!

Recusada patente ao grito de Tarzan?!


«Tarzan yell must be written in music for trade mark registration
OUT-LAW News, 30/10/2007

Tarzan’s distinctive yell cannot be registered as a trade mark because it is almost impossible to represent graphically. Sounds can be registered as trade marks, but the ruling could limit that to sounds that can be written in standard musical notation.

Tarzan was created by Edgar Rice Burroughs and the application to register as a trade mark the sound of the jungle resident’s scream was made by Edgar Rice Burroughs Incorporated. The Office for Harmonisation in the Internal Market (OHIM) refused the application on appeal.

The application had included two pictures said to represent the sound of Tarzan’s call, one an image of a wave form representation of the sound, the other a spectrogram of the frequencies of the yell.

“What has been filed as a graphic representation is from the outset not capable of serving as a graphic representation of the applied-for sound,” said the OHIM ruling. “The examiner was therefore correct to refuse the attribution of a filing date.”...»


Não é passível de ser registado graficamente? Mas o meu pode: WHEN THE HELL HAPPENS THE 1ST. JANUARY?