sexta-feira, junho 27, 2008
E Wimbledon acabou! Péssimo final de temporada em 2007. Idem para o primeiro semestre de 2008. Força, Maria!
quarta-feira, junho 25, 2008
Fondamenta dei Mori ...
Meu local de peregrinação tele-transportada, via Star Trek, em busca de Tintoretto. Sempre que refiro La Serenissima.
«No dia 25 de Junho...»
...dia de festa que só a República de Veneza comemora em memória da prodigiosa aparição do evangelista S.Marcos sob a forma emblemática de um leão alado na igreja ducal pelos finais do séc. XI» (in 'História da Minha Fuga das Prisões de Veneza', de Casanova)
Foto
segunda-feira, junho 23, 2008
Algumas diferenças de estilo e de época:
I kill a communist for fun, but for a green card, I gonna carve him up real nice.
Listen, Little Boy, in this business there's only one law you gotta follow to keep out of trouble: Do it first, do it yourself, and keep on doing it.
Etiquetas: Scarface
sexta-feira, junho 20, 2008
Parabéns a você:
Nicole Kidman, a única e solitária diva em actividade, faz hoje 41 aninhos.
«Congratulations
And celebrations
When I tell everyone that youre in love
With me
Congratulations
And jubilations
I want the world to know Im happy as can be.
Who could believe that I could be happy and
Contented
I used to think that happiness hadnt been
Invented
But that was in the bad old days before
I met you
When I let you
Walk into my heart
Congratulations...
I was afraid that maybe you thought you
Were above me
That I was only fooling myself to think you
Loved me
But then tonight you said you couldnt live
Without me
That round about me
You wanted to stay
Congratulations...
Congratulations
And jubilations
I want the world to know Im happy as can be
I want the world to know
Im happy as can be»
(Congratulations, Cliff Richard)
quinta-feira, junho 19, 2008
quarta-feira, junho 18, 2008
Obituário: Cyd Charisse (1921-2008)
As pernas mais famosas de Hollywood (par-a-par com as da Dietrich, diga-se) entraram em mais de 50 filmes, sendo que há dois momentos que fizeram história: a parelha com Astaire, em «Meias de Seda» (do quase olvidado Mamoulian) e a sequência mítica em que Charisse dança com Gene Kelly em «Serenata à Chuva». Pararam de dançar hoje. Mas não no DVD.
[obrigado, Isabel, pela(s) dica(s);-)]
Ainda sobre a Cinemateca ...
Não resisto a colocar o artigo de Bénard da Costa, da edição de hoje do Público, sobre a ex-ministra Pires de Lima, que se deve ter sentido como Cheeta ao lê-lo. Reza assim:
«As premências de uma antigamente ministra
18.06.2008, João Bénard da Costa
Em artigo neste mesmo jornal (PÚBLICO, 6 de Junho de 2008) a ex-ministra da Cultura, Dra. Isabel Pires de Lima, juntou a sua voz a uma petição do Circuito Universitário de Cineclubismo do Porto, afirmando ser premente (sublinhado meu) a criação de um pólo de programação da Cinemateca no Porto.
Fosse ela apenas deputada, nada de estranho. Afinal de contas, é deputada pelo círculo eleitoral do Porto e fica sempre bem a quem o é parecer que defende os interesses da cidade que a elegeu. Acontece que, se, hoje, ela é deputada não o foi durante quase três anos, ou seja entre Maio de 2005 e Janeiro de 2008. Durante esse período, foi ministra da Cultura. Se achava "premente" a criação de tal "pólo", teve tempo e mais do que tempo para o criar, no uso estrito das suas competências enquanto titular da pasta da Cultura. Vir agora juntar o nome ao dos peticionários, reclamando ao seu sucessor o que ela própria não fez, é, no mínimo, posição deveras singular e pouco abonatória da sua capacidade executiva. Quem não foi capaz de fazer o que achava "premente" dever ser feito não tem qualquer autoridade para abrir a boca que ficou calada enquanto devia e podia falar. Diz ela que, como ministra da Cultura, defendeu publicamente o pólo a norte. Mesmo que tenha sido verdade, a um ministro cabe mais do que defender ideias. Cabe executá-las ou mandar executá-las. Não fez nem uma coisa nem outra e agora queixa-se. Mal dela.
Muito pior, contudo, é vir desculpar-se comigo que, director da Cinemateca Portuguesa, dependia dela e estava lá ou para lhe cumprir as determinações ou, quando com elas não concordasse, para lhe pedir a demissão. Um general a desculpar-se com oficial sob seu comando é sempre general que não merece o posto que tem.
Recordando a minha "reconhecida dimensão intelectual", cumprimento que não lhe posso devolver, a antiga ministra da Cultura acusa-me de muitos males, entre eles o de ter contribuído para a "estagnação da Cinemateca", "sem que haja coragem para dizer com todas as letras que 'o rei vai nu'".
Parece-me que ela é a última pessoa a ter autoridade para comentar cobardias alheias. Ministra durante dois anos e oito meses, teve dois anos e oito meses não só para se escandalizar com a nudez do rei, como para lhe pôr cobro, em nome de elementar decência. Não o fez. Ou porque não teve coragem para o fazer, ou porque não teve coragem para se opor a quem lhe impediu a baixa inclinação do gesto. Assim, das duas uma: ou o texto da deputada é uma autocrítica, à boa maneira da escola que a formou e informou, ou é dentada na mão do dono. Nem uma nem outra são práticas que se recomendem.
Recorda ela que eu fui nomeado director da Cinemateca em 1991. Essas nomeações revestem-se da forma de comissões de serviço e duram três anos, renováveis. Nomeado pelo Dr. Pedro Santana Lopes, fui por ele reconduzido em 1994, ao tempo em que ele era secretário de estado da Cultura do governo Cavaco. Em 1997, o Dr. Manuel Maria Carrilho, ministro da Cultura do governo Guterres, reconduziu-me mais uma vez, o que voltou a acontecer em 2000 (José Sasportes, ministro de Guterres) e em 2003 (o Dr. Pedro Roseta, como ministro de Durão Barroso). Três nomeações de governos PSD e outras tantas de governos PS. Para um "autista", como ela me chama, e sendo sabido "que a Cinemateca é de há muito propriedade de JBC", tanta distracção ou tanta persistência dificilmente se entendem, face ao diagnóstico da Dra. Isabel Pires de Lima. Menos se entende que, em 2006, tenha sido ela a manter-me em funções, com declarações públicas de confiança e que, a 29 de Janeiro de 2008, o seu último acto oficial (ironia do destino) tenha sido renovar-me a comissão de serviço por mais três anos. Menos de cinco meses antes do artigo em que me acusa de secar "todos os recursos humanos competentes que porventura teve ou tem", numa frase a que o advérbio "porventura" retira qualquer sentido. Ou seja, se eu hoje estou no cargo que ocupo, foi porque a Dr.ª Isabel Pires de Lima nele me reconduziu. Arrepende-se agora? É tarde, é muito tarde. Porque eu sou e ela foi. Com quase nula probabilidade de o voltar a ser. O "cavalo do poder" já não pára à porta dela.
Sobre a minha posição relativamente à petição do Porto, - "causa ocasional" do verrinoso artigo - já neste mesmo jornal disse o que tinha a dizer. Nunca disse - ao contrário do que, mentindo, a ex-ministra me acusa - que a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema não tem "nada, mas mesmo nada a ver com isso". Nunca disse - ao contrário do que, mentindo, a ex-ministra me acusa - que a Cinemateca não deve ter qualquer intervenção no assunto. Disse e volto a dizer que não se justifica a criação de uma segunda cinemateca, como a Dra. Isabel Pires de Lima, em contradição pegada, no final do seu artigo parece concordar, ao reconhecer - cito-a - "que o país não tem dimensão nem geográfica, nem por certo patrimonial para criar uma segunda cinemateca". Disse e volto a dizer que a abertura de um espaço expositivo no Porto, em que se exponham filmes com critérios museográficos próprios de uma Cinemateca é algo de radicalmente diferente da criação de um "pólo de programação" que mostrasse em reprise os filmes já exibidos em Lisboa.
Apoio inteiramente, como já disse e repito, a constituição de um núcleo de exposição permanente (exposição permanente de filmes, entenda-se) no Porto, devidamente formalizado e dotado de todas as infra-estruturas necessárias para o efeito, dirigido e coordenado por pessoas competentes, que, no Porto, não faltam, com programação completamente autónoma da de Lisboa, mas contando sempre com a colaboração activa da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, quer para a cedência de cópias, quer para abonar contactos necessários com cinematecas estrangeiras, nossas colegas na FIAF, quer para apoio documental e informativo. Limites: apenas os que decorrem da defesa do património cinematográfico que à Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema cabe salvaguardar, quer os que decorrem de condicionalismos legais e do respeito pelos legítimos direitos dos autores ou detentores das cópias depositadas no nosso departamento de Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM).
É em base semelhante que a Filmoteca Española - sediada em Madrid - colabora com as cinematecas de Barcelona, Valência, etc, que a Cinémathèque Française - sediada em Paris - colabora com as cinematecas de Toulouse, Lyon, etc. ou que a Cineteca Nazionale - sediada em Roma - colabora com as de Bolonha, Turim, Milão, etc., para me limitar aos países latinos.
Entre a posição que voltei a sumariar - e me parece excelente base para negociações futuras - e as posições que a Dra. Isabel Pires de Lima me atribui, há uma enorme diferença. A diferença entre uma posição demagógica e irresponsável, para recuperar como deputada a péssima imagem com que ficou a ministra, e uma posição reflectida ao longo de vários anos e de muitas parcerias com instituições do Porto, algumas bem-sucedidas - como as que seguiram basicamente a orientação que preconizo - outras menos bem-sucedidas, quando a Cinemateca programou de Lisboa para o Porto.
Não posso terminar sem responder à grave acusação de "autismo", que me dirige a pretérita ministra da Cultura. Será autismo programar cinco sessões diárias (seis aos sábados) com uma média de 60.000 espectadores por ano? Será autismo gerir uma colecção de mais de 20.000 títulos diferentes (em 1980, quando entrei para a Cinemateca, eram cerca de 1400) arquivada num dos melhores centros de conservação do mundo, que a Dra. Isabel Pires de Lima, enquanto ministra, nunca se dignou visitar? Será autismo facultar a investigadores e a universitários o acesso a cerca de 500 filmes diferentes por ano, para fins de estudo e conhecimento da colecção? Será autismo a abertura, em 2007, de uma nova frente na Cinemateca, especificamente destinada a espectadores infantis ou jovens, em iniciativa apoiada pelo Ministério da Educação, e que a Dra. Isabel Pires de Lima paulatinamente ignorou, enviando à inauguração o seu chefe de gabinete e jamais se interessando por ela?
Quanto ao "armazém" (como ela lhe chama) para depósito do arquivo fílmico da RTP, que me acusa de não ter mandado executar, recordo que o processo de edificação do novo módulo dos cofres para esse arquivo esteve a jazer nas gavetas dela durante quase três anos. Três meses bastaram ao actual titular da pasta para encerrar o processo e permitir, ainda este mês, a abertura do concurso de adjudicação da obra, que a Dra. Isabel Pires de Lima, em insólita aplicação do "simplex", protelou, por razões burocráticas, durante todo o tempo em que foi ministra.
É um facto que a acção da Cinemateca foi extraordinariamente dificultada ao tempo em que a Dr.ª Isabel Pires de Lima foi ministra. É um facto que a escassez da oferta de cinema é enorme no Porto e é ainda maior em quase todo o País. Mas, a menos que se desista da "película antiga" (deliciosa expressão) e se passe a projectar em digital (a ex-ministra nunca daria pela diferença) nenhuma culpa cabe à Cinemateca, que terá muitos pontos fracos, mas não esses para que a ex-ministra, tão tarde e a tão más horas, pareceu acordar, a fim de sacudir a água do capote e arranjar, no "vitalício" director da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, o "bode expiatório" com que ajustar contas que não são deste rosário. Meta-se com gente do seu tamanho e haja respeitinho por quem não tem nem idade, nem percurso profissional, nem posição social para gastar mais cera com tão ruim defunta. Director da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema »
«As premências de uma antigamente ministra
18.06.2008, João Bénard da Costa
Em artigo neste mesmo jornal (PÚBLICO, 6 de Junho de 2008) a ex-ministra da Cultura, Dra. Isabel Pires de Lima, juntou a sua voz a uma petição do Circuito Universitário de Cineclubismo do Porto, afirmando ser premente (sublinhado meu) a criação de um pólo de programação da Cinemateca no Porto.
Fosse ela apenas deputada, nada de estranho. Afinal de contas, é deputada pelo círculo eleitoral do Porto e fica sempre bem a quem o é parecer que defende os interesses da cidade que a elegeu. Acontece que, se, hoje, ela é deputada não o foi durante quase três anos, ou seja entre Maio de 2005 e Janeiro de 2008. Durante esse período, foi ministra da Cultura. Se achava "premente" a criação de tal "pólo", teve tempo e mais do que tempo para o criar, no uso estrito das suas competências enquanto titular da pasta da Cultura. Vir agora juntar o nome ao dos peticionários, reclamando ao seu sucessor o que ela própria não fez, é, no mínimo, posição deveras singular e pouco abonatória da sua capacidade executiva. Quem não foi capaz de fazer o que achava "premente" dever ser feito não tem qualquer autoridade para abrir a boca que ficou calada enquanto devia e podia falar. Diz ela que, como ministra da Cultura, defendeu publicamente o pólo a norte. Mesmo que tenha sido verdade, a um ministro cabe mais do que defender ideias. Cabe executá-las ou mandar executá-las. Não fez nem uma coisa nem outra e agora queixa-se. Mal dela.
Muito pior, contudo, é vir desculpar-se comigo que, director da Cinemateca Portuguesa, dependia dela e estava lá ou para lhe cumprir as determinações ou, quando com elas não concordasse, para lhe pedir a demissão. Um general a desculpar-se com oficial sob seu comando é sempre general que não merece o posto que tem.
Recordando a minha "reconhecida dimensão intelectual", cumprimento que não lhe posso devolver, a antiga ministra da Cultura acusa-me de muitos males, entre eles o de ter contribuído para a "estagnação da Cinemateca", "sem que haja coragem para dizer com todas as letras que 'o rei vai nu'".
Parece-me que ela é a última pessoa a ter autoridade para comentar cobardias alheias. Ministra durante dois anos e oito meses, teve dois anos e oito meses não só para se escandalizar com a nudez do rei, como para lhe pôr cobro, em nome de elementar decência. Não o fez. Ou porque não teve coragem para o fazer, ou porque não teve coragem para se opor a quem lhe impediu a baixa inclinação do gesto. Assim, das duas uma: ou o texto da deputada é uma autocrítica, à boa maneira da escola que a formou e informou, ou é dentada na mão do dono. Nem uma nem outra são práticas que se recomendem.
Recorda ela que eu fui nomeado director da Cinemateca em 1991. Essas nomeações revestem-se da forma de comissões de serviço e duram três anos, renováveis. Nomeado pelo Dr. Pedro Santana Lopes, fui por ele reconduzido em 1994, ao tempo em que ele era secretário de estado da Cultura do governo Cavaco. Em 1997, o Dr. Manuel Maria Carrilho, ministro da Cultura do governo Guterres, reconduziu-me mais uma vez, o que voltou a acontecer em 2000 (José Sasportes, ministro de Guterres) e em 2003 (o Dr. Pedro Roseta, como ministro de Durão Barroso). Três nomeações de governos PSD e outras tantas de governos PS. Para um "autista", como ela me chama, e sendo sabido "que a Cinemateca é de há muito propriedade de JBC", tanta distracção ou tanta persistência dificilmente se entendem, face ao diagnóstico da Dra. Isabel Pires de Lima. Menos se entende que, em 2006, tenha sido ela a manter-me em funções, com declarações públicas de confiança e que, a 29 de Janeiro de 2008, o seu último acto oficial (ironia do destino) tenha sido renovar-me a comissão de serviço por mais três anos. Menos de cinco meses antes do artigo em que me acusa de secar "todos os recursos humanos competentes que porventura teve ou tem", numa frase a que o advérbio "porventura" retira qualquer sentido. Ou seja, se eu hoje estou no cargo que ocupo, foi porque a Dr.ª Isabel Pires de Lima nele me reconduziu. Arrepende-se agora? É tarde, é muito tarde. Porque eu sou e ela foi. Com quase nula probabilidade de o voltar a ser. O "cavalo do poder" já não pára à porta dela.
Sobre a minha posição relativamente à petição do Porto, - "causa ocasional" do verrinoso artigo - já neste mesmo jornal disse o que tinha a dizer. Nunca disse - ao contrário do que, mentindo, a ex-ministra me acusa - que a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema não tem "nada, mas mesmo nada a ver com isso". Nunca disse - ao contrário do que, mentindo, a ex-ministra me acusa - que a Cinemateca não deve ter qualquer intervenção no assunto. Disse e volto a dizer que não se justifica a criação de uma segunda cinemateca, como a Dra. Isabel Pires de Lima, em contradição pegada, no final do seu artigo parece concordar, ao reconhecer - cito-a - "que o país não tem dimensão nem geográfica, nem por certo patrimonial para criar uma segunda cinemateca". Disse e volto a dizer que a abertura de um espaço expositivo no Porto, em que se exponham filmes com critérios museográficos próprios de uma Cinemateca é algo de radicalmente diferente da criação de um "pólo de programação" que mostrasse em reprise os filmes já exibidos em Lisboa.
Apoio inteiramente, como já disse e repito, a constituição de um núcleo de exposição permanente (exposição permanente de filmes, entenda-se) no Porto, devidamente formalizado e dotado de todas as infra-estruturas necessárias para o efeito, dirigido e coordenado por pessoas competentes, que, no Porto, não faltam, com programação completamente autónoma da de Lisboa, mas contando sempre com a colaboração activa da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, quer para a cedência de cópias, quer para abonar contactos necessários com cinematecas estrangeiras, nossas colegas na FIAF, quer para apoio documental e informativo. Limites: apenas os que decorrem da defesa do património cinematográfico que à Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema cabe salvaguardar, quer os que decorrem de condicionalismos legais e do respeito pelos legítimos direitos dos autores ou detentores das cópias depositadas no nosso departamento de Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM).
É em base semelhante que a Filmoteca Española - sediada em Madrid - colabora com as cinematecas de Barcelona, Valência, etc, que a Cinémathèque Française - sediada em Paris - colabora com as cinematecas de Toulouse, Lyon, etc. ou que a Cineteca Nazionale - sediada em Roma - colabora com as de Bolonha, Turim, Milão, etc., para me limitar aos países latinos.
Entre a posição que voltei a sumariar - e me parece excelente base para negociações futuras - e as posições que a Dra. Isabel Pires de Lima me atribui, há uma enorme diferença. A diferença entre uma posição demagógica e irresponsável, para recuperar como deputada a péssima imagem com que ficou a ministra, e uma posição reflectida ao longo de vários anos e de muitas parcerias com instituições do Porto, algumas bem-sucedidas - como as que seguiram basicamente a orientação que preconizo - outras menos bem-sucedidas, quando a Cinemateca programou de Lisboa para o Porto.
Não posso terminar sem responder à grave acusação de "autismo", que me dirige a pretérita ministra da Cultura. Será autismo programar cinco sessões diárias (seis aos sábados) com uma média de 60.000 espectadores por ano? Será autismo gerir uma colecção de mais de 20.000 títulos diferentes (em 1980, quando entrei para a Cinemateca, eram cerca de 1400) arquivada num dos melhores centros de conservação do mundo, que a Dra. Isabel Pires de Lima, enquanto ministra, nunca se dignou visitar? Será autismo facultar a investigadores e a universitários o acesso a cerca de 500 filmes diferentes por ano, para fins de estudo e conhecimento da colecção? Será autismo a abertura, em 2007, de uma nova frente na Cinemateca, especificamente destinada a espectadores infantis ou jovens, em iniciativa apoiada pelo Ministério da Educação, e que a Dra. Isabel Pires de Lima paulatinamente ignorou, enviando à inauguração o seu chefe de gabinete e jamais se interessando por ela?
Quanto ao "armazém" (como ela lhe chama) para depósito do arquivo fílmico da RTP, que me acusa de não ter mandado executar, recordo que o processo de edificação do novo módulo dos cofres para esse arquivo esteve a jazer nas gavetas dela durante quase três anos. Três meses bastaram ao actual titular da pasta para encerrar o processo e permitir, ainda este mês, a abertura do concurso de adjudicação da obra, que a Dra. Isabel Pires de Lima, em insólita aplicação do "simplex", protelou, por razões burocráticas, durante todo o tempo em que foi ministra.
É um facto que a acção da Cinemateca foi extraordinariamente dificultada ao tempo em que a Dr.ª Isabel Pires de Lima foi ministra. É um facto que a escassez da oferta de cinema é enorme no Porto e é ainda maior em quase todo o País. Mas, a menos que se desista da "película antiga" (deliciosa expressão) e se passe a projectar em digital (a ex-ministra nunca daria pela diferença) nenhuma culpa cabe à Cinemateca, que terá muitos pontos fracos, mas não esses para que a ex-ministra, tão tarde e a tão más horas, pareceu acordar, a fim de sacudir a água do capote e arranjar, no "vitalício" director da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, o "bode expiatório" com que ajustar contas que não são deste rosário. Meta-se com gente do seu tamanho e haja respeitinho por quem não tem nem idade, nem percurso profissional, nem posição social para gastar mais cera com tão ruim defunta. Director da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema »
Etiquetas: Cinemateca
A Cinemateca está de parabéns!
E faço minhas as palavras certeiras e concisas de Sérgio H. Coimbra, no «Meia Hora»:
«A Cinemateca começa a celebrar amanhã 50 anos de carreira. A primeira cerimónia é a exibição de O Feiticeiro de Oz, uma das mais extraordinárias fantasias alguma vez passada num ecrã de cinema. A Cinemateca temsido como uma bolha de ar, um lugar onde se pode respirar numa cidade – como num país – onde a “cultura” anda constrangida. Desde os anos 50 do século passado que a Cinemateca mostra aquilo que os portugueses não podiam ver (até 1974) ou desconheciam (depois dessa data), numa programação sempre excepcional, com actrizes, actores, argumentistas a passarem pelas suas salas como se fosse uma permanente amostra de irrealismo. A magia de Hollywood, Cannes e Cinecittà juntas numa esquina portuguesa. Esta realidade muito para lá do que fazemos por merecer tem um realizador: João Bénard da Costa. Sem este homem com vários HH maíusculos, a Cinemateca seria provavelmente hoje um Parque Mayer do cinema. Ouvi um destes dias um comentário da ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, sobre “verbas” que transitavam de orçamento em orçamento na Cinemateca (quer dizer, será uma das poucas instituições públicas onde o dinheiro não vai para o lixo), e que a senhora achava que deviam servir para abrir um ramo da instituição no Porto, o que não acontecerá, acrescentava a madame, enquanto Bénard da Costa estivesse à frente da Cinemateca. Não tenho nada contra o Porto, é até provável que para ali deva ir parte da instituição, mas criticar Bénard da Costa porque não desbarata impostos...A ministra foi despedida, com justa causa pelos vistos. Bénard da Costa continua connosco, isso sim.»
segunda-feira, junho 16, 2008
Ícones olímpicos (12)
Teófilo Stevenson era o Cassius Clay de Cuba, o campioníssimo do boxe do clube dos 'amadores' (que o eram apenas no nome, claro, para Comité Olímpico ver..). Seja como for, um dia quiseram juntar os dois reis, para verem no que dava. Não deu em nada...
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E eis mais um volume de Tarzan!
Depois do 1º volume, eis que a 'Bonecos Rebeldes' nos traz mais aventuras do Tarzan 'de' Russ Manning (o 'de' Hoggarth é o meu preferido, mas este vem logo a seguir...), em mais uma edição a preto e branco imaculado. Tal qual aquando da edição de «O Príncipe Valente, também aqui gostava de o ler a cores, mas não é possível ... paciência.
Filmes em revista sumária # 102
Perturbador e inventivo (ainda que inspirado em Rod Serling…) como muito poucos do actual cinema norte-americano, Shyamalan volta aos nossos écrans com um «Acontecimento»; que é efectivamente disso que se trata, de um acontecimento cinematográfico, como quase todos os filmes do indiano … que desta vez ‘apenas’ aparece como Joey, o colega-rival de Whalberg . Porquê?
Pela sobriedade da história. Pela discrição da câmara. Pela simplicidade da mensagem. Pelo minimalismo da realização. Pela tensão dramática. Pela claustrofobia do inexplicável. Pela ruralidade. Pela frontalidade. Pelo humanismo. Pelo romantismo. Pela genuinidade. Pela Natureza. Pela capacidade em assumir tudo isso e ainda nos fazer falar com as plantas.
Numa carta que publicou sobre os cuidados dos cabelos,
Domiciano, o último dos Césares a ser 'investigado' por Suetónio, dizia a um amigo:
«Vedes que sou alto e bem feito. Vossos cabellos terão a sorte dos meus. Soffro pacientemente que tivessem envelhecido antes de mim. Sabeis que não há nada tão agradável mas nada tão passageiro como a belleza».
«Vedes que sou alto e bem feito. Vossos cabellos terão a sorte dos meus. Soffro pacientemente que tivessem envelhecido antes de mim. Sabeis que não há nada tão agradável mas nada tão passageiro como a belleza».
quinta-feira, junho 12, 2008
Há portas que convém ... abrir
Às vezes dá no TCM. Convém ver porque, além de ser talvez o melhor filme de Lang em Hollywood (ai aquele preto e branco, ai aquele preto e branco!), tem um portentoso Redgrave e uma belíssima e delicada Bennett.
Ícones olímpicos (11)
Que me perdoe Jesse Owens, mas acho que Carl Lewis foi o maior de todos os sprinters que alguma vez pisaram as competições olímpicas.
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quarta-feira, junho 11, 2008
The place is clean, he just left.
Na remake abastardada que Woo fez do mítico «The Most Dangerous Game», Van Damme dá pancadaria da grossa a uma série de bandidos endinheirados que resolvem montar caça a pobres indigentes. «Hard Target», de 1993, é um dos melhores do ícone de Honk-Kong e do belga mais conhecido do mundo do cinema e das artes marciais, que aqui faz de Chow Yun-Fat.
segunda-feira, junho 09, 2008
Ícones olímpicos (10)
Marita Koch, expoente máximo da ex-RDA, é ainda a maior corredora de 200m e 400m de sempre. Uma máquina a todo o vapor, que ainda tentou, sem sucesso, os 100m.
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Filmes em revista sumária # 101
Sem ser um novo grande filme de Chabrol (face ao vastíssimo c.v. do autor de «Les Biches» isso começa a ser cada vez mais difícil), e não sendo tanto um filme de intriga policial, mais ou menos tradicional, de índole psicológica, tão ao grado de Chabrol., «A Rapariga Cortada em Dois» é, contudo, um belo exercício dramático, bem ao jeito do realizador, rodado em crescendo de intensidade, conforme o triângulo amoroso se vai intensificando perigosamente até ao clímax inevitável.
Triângulo amoroso que é representado na perfeição pelos actores principais, e que está impregnado de contrastes e perfídias mútuas entre as partes (imagem pública versus realidade privada, a compostura do escritor veterano versus a diletância patética do herdeiro estroina, a família vs. o emprego, etc.). No final, a 'charge' a Woody Allen, com a encenação do número de magia e ilusionismo, ao fim e ao cabo, aquilo que dá o mote ao filme: nem tudo o que parece, é.
E o Atomium completa 50 anos!
Foi na Expo' 58, em Bruxelas, e ainda hoje é um dos ícones da capital belga, e referência de todo e qualquer livro que se escreva e ilustre sobre estruturas ousadas do séc. XX.
O engraçado é que ele era para ser destruído mal acabasse a exposição, mas a popularidade que conseguiu foi tanta que ninguém o conseguiu demolir. Do resto do parque da exposição pouco ou nada existe para além do verde, naquela zona da cidade, hoje algo 'guetizada'. Qualquer dia nem a própria Bélgica existe.
sexta-feira, junho 06, 2008
Ícones olímpicos (9)
Edwin Moses, ele e os seus óculos à Elton John, dominou a disciplina de 400m barreiras durante quase duas décadas. Os seus duelos com o rival europeu, Harald Schmid, foram épicos; mas Moses era imbatível.
«Saveurs». Le magazine de l'art de vivre gourmand
Em busca pelo último número da melhor das revistas de culinária, eis-me de regresso à melhor das ‘revistarias’ de Lisboa, a Tema, a mais fidedigna e completa de todas (que saudades do tempo das «Starfix», «Sport Auto», «Fussball Magazin», «Onze», «Guerin Sportivo», etc.), e único motivo de visita ao edifício mais atroz de toda a Avenida da Liberdade: o Xenon, depois que a sala escura da cave deixou de passar filmes de Carpenter & Cia.
quinta-feira, junho 05, 2008
quarta-feira, junho 04, 2008
Obituário: Mel Ferrer (1917-2008)
terça-feira, junho 03, 2008
Este Sábado, na Cinemateca:
Às 15h, no Palácio Foz
Às 19.30h, na Barata Salgueiro
Ícones olímpicos (8)
No tempo em que ainda não havia mulheres a fazer halterofilismo, Vassili Alexev era o maior de todos. Impressionante no arranque e no arremesso.
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Filmes em revista sumária # 100
Talento multifacetado? Narcisista demiurgo? Adepto incondicional das novas tecnologias, tal qual da nudez do corpo humano? Cabalista inveterado? A verdade é que o cinema pictórico de Greenaway não deixa ninguém indiferente, e quando a ele se junta o génio taciturno de Rembrandt o resultado só poderá ser … «A Ronda da Noite»; filme à volta do quadro homónimo do mestre holandês, que o realizador-pintor (ou será ao contrário?) decide abordar numa perspectiva deliberadamente policial, em relação a uma suposta alegoria pintada sobre um assassinato.
Não cabendo aqui dissertar sobre a verdade da tese de Greenaway (já abordada, superficialmente, aqui), há que dizer que custa a entrar no filme, tal a rapidez e excitação com que o autor de «The Cook, The Thief, His Wife and Her Lover» (de longe o seu melhor filme) começa o filme, como que a debitar as personagens, os diálogos, etc. Mas, passada a efervescência narrativa dos primeiros minutos, a sucessão de quadros (que é isso que são as cenas filmadas por Greenaway !) que nos é dada a ver depois é de facto belíssima …mau grado a evidente colagem ao claro-escuro do pintor (literalmente), aqui e ali algo falhada no que diz respeito à intensidade de luz, que reduz imenso a paleta de cores, a um tom mortiço, nem tampouco condizente, diga-se, às águas-fortes que tornaram célebre Rembrandt.
Fica a incerteza em relação à trama policial e em relação a que casa de Rembrandt o filme é feito, já que a casa que actualmente é museu em Amesterdão não dava para ter uma cama e um dossel daquela dimensão. Martin Freeman é uma boa surpresa; o bom gosto dos décors e a música, irrepreensíveis, como sempre.
Uma nota final para as péssimas condições de exibição das salas do Saldanha Residence. Assistir a um filme de Greenaway com aparelhagem semi-muda, ouvindo o passar do comboio do Metro, de tempos a tempos, e sentado em cadeiras rotas e altamente incómodas pode tornar-se uma blasfémia. Foi isso que me aconteceu…
segunda-feira, junho 02, 2008
Filmes em revista sumária # 99
O mais recente episódio das aventuras de «Indiana Jones» começa torto e tarde ou nunca se endireita, sendo, como é, rematado por Spielberg com um desconcertante, senil e desnecessário auto-plágio e.t. que mata todo e qualquer esoterismo que ainda pudesse servir de elo de ligação entre as várias sequências de acção e aventuras que, de forma desgarrada, compõem este filme.
Harrison Ford e Karen Allen estão dois magníficos … canastrões. John Hurt deve ter recolhido um saboroso ‘cachet’. Cate Blanchett limita-se a usar penteado ‘Buster Brown’ e a acentuar um sotaque russo fácil. O vilão soviete é para esquecer. Nesse aspecto, o melhorzinho da companhia é mesmo o filho de Indiana, versão menor do Brando de «O Selvagem». A melhor sequência é a da perseguição automóvel, antes da queda nas cataratas, sobretudo a do duelo de espadachim, a fazer lembrar «A Guerra das Estrelas». Fraca e ridícula é a toda a sequência que vai desde os ratos da pradaria digitais ao ensaio nuclear e respectivo foguete.
Este é um daqueles casos em que tudo parece ter sido em piloto-automático, apenas com uma preocupação: o lucro. Como filme, é pouco mais que um ‘trailer’. Aliás, o filme é um autêntico compêndio de colagens, mais ou menos evidentes, não bastasse já a trama da saga, ela própria, ser decalcada dos êxitos de Karl May & Cia. Distrai mas esperava-se mais de Spielberg, Lucas, Kaminski, etc., etc. É tudo evidente. É tudo previsível. Vindo de quem vem, é pena.