segunda-feira, setembro 29, 2008
Ainda há pouco, nas profundezas do pequeno écran,
Jacqueline Bisset fazia andar à roda as cabeças de Robert Shaw e de Nick Nolte, ao som de John Barry e sob a batuta de Peter Yates (ele que a lançara para a fama em «Bullit», nove anos antes), todos em busca de tesouro perdido de galeão espanhol lá para os lados das Bermudas, num filme de acção e aventuras honesto, «O Abismo», bem ao jeito dos anos 70.
Filmes em revista sumária # 112
«Espelhos» aguenta-se benzinho enquanto filme de terror despretensioso com história verosímil, dentro do fantástico da coisa (espelhos contendo almas penadas à procura de vingança humana), sempre perdoável neste tipo de filme, apesar de passada meia-hora o filme começar a saturar com o registo à Jack Bauer (o incorruptível agente das «24h» mais famosas da TV) de Kiefer Sutherland, sussurrando falas e com aquele ar de quem se surpreendeu com o que o resto do mundo crê evidente. Acontece que a partir de certa altura o filme «capota» e vira caça ao demónio sem nexo e com tantas falhas de argumento que só acabam com o final, infeliz, da coisa. Pelo meio ficam alguns momentos engraçados, terríficos e imaginativos q.b. como sejam aqueles em que os espelhos arruinados daquela versão sofisticada da parisiense «La Samaritaine» viram actores principais.
Obituário: Paul Newman (1925-2008)
A notícia era esperada mas arrasa sempre que é dada. À falta de escrever melhor que o autor do mesmo, aqui fica o obituário que EB (hoje duplamente citado aqui no burgo) escreveu na edição de ontem do DN:
«Desapareceu uma das maiores e mais duradouras estrelas do cinema americano, um grande actor que não se deixou limitar pela sua imagem, e também foi realizador
Lenda do cinema morre aos 83 anos
Numa era em que quase tudo dura muito pouco, Paul Newman era um duradouro, um dos últimos gigantes do cinema que o tempo e as modas não abateram. Morreu sexta-feira, de cancro, na sua propriedade de Westport (Connecticut), rodeado pela família e amigos mais próximos. Tinha 83 anos.
Actor, realizador, estrela de cinema e símbolo de masculinidade clássica, Newman não se limitou a interpretar heróis convencionais e personagens positivas, prolongamentos da sua imagem de perfeição máscula e elegante.
Lee Strasberg, que foi seu professor no Actor's Studio, que ele teria sido "um actor tão grande como Marlon Brando, se não fosse tão bonito".
Não é verdade. Paul Newman nunca deixou que os seus olhos azuis o aprisionassem e impedissem de ser levado a sério como (grande) actor. Pelo contrário. Poucos actores americanos de primeiro plano encarnaram tão bem como ele, tantas personagens de homens falhados, amargurados, torturados e turbulentos, de patifes ou renegados, do pugilista de Marcado Pelo Ódio, de Robert Wise (1957) e do rancheiro sem escrúpulos de Hud-O Mais Selvagem Entre Mil, de Martin Ritt (1963), ao advogado alcoólico de O Veredicto, de Sidney Lumet (1982), passando pelo destroço humano de Nobody's Fool, de Robert Benton (1994).
Tudo isto alternando com filmes de entretenimento e blockbusters como Harper, Detective Privado, de Jack Smight (1966), Dois Homens e Um Destino (1969) e A Golpada (1973) ambos de George Roy Hill, ou A Torre do Inferno, de John Guillermin (1974). Realizou ainda um punhado de filmes, nalguns dos quais foi também intérprete, e onde a sensibilidade da sua direcção de actores está bem patente.
Nascido em Cleveland, Paul Newman foi guiado para as artes dramáticas pela mãe, que adorava teatro. Quando ingressou no Actors Studio de Nova Iorque, já levava experiência de papéis feitos no liceu e na universidade, bem como na TV então nascente, e na peça Piquenique, na Broadway.
Em 1954, após perder o papel do irmão de James Dean em A Leste do Paraíso, Newman estreou-se no cinema em O Cálice de Prata, no papel de um escravo grego. Chamar-lhe -ia mais tarde "o pior filme já feito", e poria um anúncio de página inteira na Variety a pedir desculpa aos espectadores.
Pensou desistir do cinema e refugiou-se no palco e na TV. Voltaria à tela em 1956 com Robert Wise e Marcado Pelo Ódio. Um papel que James Dean teria feito, se não tivesse morrido entretanto. Em 1958, divorciou-se da primeira mulher e casou-se com Joanne Woodward, que conhecera em Piquenique. Nunca mais se separaram.
Os bons papéis começaram a suceder-se, sob a direcção de realizadores como Richard Brooks, Arthur Penn, Robert Rossen, Otto Preminger, Martin Ritt ou Alfred Hitchcock, e a crítica e o público cedo perceberam que Paul Newman não era só mais um "menino bonito" de olhos azuis. Em 1968, realizou o seu primeiro filme, Raquel, Raquel, dirigindo a sua mulher.
Só em 1987 ganharia o Óscar de Melhor Actor em A Cor do Dinheiro, de Martin Scorsese, após ter sido nomeado 9 vezes, e retomando a personagem de A Vida é um Jogo (1961). Em 1995 disse que se ia retirar mas ainda fez alguns filmes, e a voz de um velho automóvel na animação Carros (2006). Em 2007 fechou o livro, dizendo numa entrevista: "Já não consigo trabalhar ao nível que queria. Começa a ir-se memória, a confiança, a inventividade".
Ao saber da sua morte, George Clooney disse ontem: "Ele pôs a fasquia alta demais para todos nós, e não apenas os actores". Paul Newman era mais modesto: "Sempre fui um actor de composição. Só que pareço o Capuchinho Vermelho". »
Foto
Onde pára a 'minha' caixa de Harold Lloyd?
À pergunta que me tenho feito ultimamente, de onde pára a caixa de DVD contendo a obra completa do inesquecível Harold Lloyd - de que coloco aqui um excerto do seu famosíssimo sketch dependurado num relógio, de «Safety Last» (1923) -, que estava à minha espera na prateleira da FNAC e desapareceu entretanto, descobri resposta por via de artigo do próprio rapinador: foi o amigo EB quem levou o último exemplar...
sexta-feira, setembro 26, 2008
E como Casanova está quase a fugir ...
Entra imediatamente para a pilha da mesa-de-cabeceira, ocupando o último lugar da mesma, o colosso de Ariosto, «Orlando Furioso», essa saga que, a par da de «Rolando», há tanto tempo me foge. Pestanas, preparem-se.
Amanhã, na RTP2:
«The Treasure of the Sierra Madre» (1948)
(às 22h30))
«A Fortaleza Escondia» (1958)
(à 00h50 de Domingo)
Ou seja, dois momentos inolvidáveis da História do Cinema, feitos de duas obras-primas inconfundíveis da arte de fazer filmes de dois gigantes de sempre, John Huston e Akira Kurosawa, protagonizados por dois grandíssimos actores de cinema: Bogart e Mifune.
quinta-feira, setembro 25, 2008
quarta-feira, setembro 24, 2008
A propósito da 9ª Festa do Cinema Francês
Que é, a par do Festival Indie, a única altura em que me é proporcionado viver essa experiência única que é ver filmes na sala principal do São Jorge (quando é que alguém de jeito, com três dedos de testa, pega no São Jorge e o devolve à sua grandiosidade?), e uma rara hipótese de ter um cheirinho do que se vai fazendo no actual cinema francês; há um nome que me é impossível de contornar sempre que há Festa: Alain Corneau, cujos policiais da década de 70 lembro com saudade (atenção: Corneau tem outros registos memoráveis, como este). Nesta Festa haverá Le Deuxième Souffle.
segunda-feira, setembro 22, 2008
Filmes em revista sumária # 111
Sátira corrosiva à indústria cinematográfica norte-americana? Paródia truculenta e bacoca sem ponta por onde se lhe pegue? No meio estará a virtude, mas a verdade, verdadinha é que «Tempestade Tropical» só tem dois motivos de interesse e registo: os ‘papelões’ de Robert Downey Jr. e Tom Cruise (cada qual a cabotinar delirantemente e a seu bel-prazer), e aquele esplendoroso verde, elemento natural (será digitalizado?) que serve de cenário a 90% desta fitosa para Verão entreter.
sexta-feira, setembro 19, 2008
quinta-feira, setembro 18, 2008
Amanhã, dia grande na Barata Salgueiro
E em cheio para os fãs do cinema de Dino Risi, decano, juntamente com Monicelli, da tragicomédia de costumes do país de Fellini. Na circunstância, dois dos seus filmes maiores: «Il Sorpasso» (1962) e «Profumo di Donna» (1974), ambos com o incontornável Gassman. Eis as sinopses respectivas dadas pela Cinemateca:
«O filme que impôs definitivamente Dino Risi, com uma magnífica interpretação de Gassman, pontuada por canções de Domenico Modugno e Peppino di Capri. O percurso de dois homens de temperamento muito diferente, durante um passeio de automóvel, entremeado com episódios cómicos, termina de modo trágico e imprevisto. Um filme que veio renovar a própria noção de ”comédia à italiana”.»
«Um irascível oficial do exército italiano, aposentado devido à cegueira provocada pela explosão de uma granada, viaja de Turim a Nápoles para encontrar um velho camarada de armas. Como guia leva um jovem estudante, e entre os dois nasce uma singular relação de respeito e amizade, assumindo-se o velho militar como ”mestre” do rapaz para assuntos de educação sentimental. Em 1992, Martin Brest dirigiu nos EUA um célebre ”remake” desta obra (SCENT OF A WOMAN) que valeu a Al Pacino o oscar de melhor actor»
«O filme que impôs definitivamente Dino Risi, com uma magnífica interpretação de Gassman, pontuada por canções de Domenico Modugno e Peppino di Capri. O percurso de dois homens de temperamento muito diferente, durante um passeio de automóvel, entremeado com episódios cómicos, termina de modo trágico e imprevisto. Um filme que veio renovar a própria noção de ”comédia à italiana”.»
«Um irascível oficial do exército italiano, aposentado devido à cegueira provocada pela explosão de uma granada, viaja de Turim a Nápoles para encontrar um velho camarada de armas. Como guia leva um jovem estudante, e entre os dois nasce uma singular relação de respeito e amizade, assumindo-se o velho militar como ”mestre” do rapaz para assuntos de educação sentimental. Em 1992, Martin Brest dirigiu nos EUA um célebre ”remake” desta obra (SCENT OF A WOMAN) que valeu a Al Pacino o oscar de melhor actor»
terça-feira, setembro 16, 2008
Enquanto isso, Casanova começava a relatar:
A história da sua fuga das prisões de Veneza. E como já não me lembro do que o cicerone do passeio feito pelos recantos e alçapões do Palácio dos Doges nos disse, resta-me recuperar a memória lendo o livro da Antígona:
«A História da Minha Fuga das Prisões de Veneza é um relato pormenorizado e vertiginoso – ao estilo dos melhores romances do séc. XVIII, recheado de peripécias eivadas de humor capazes de ombrear com as do Cândido de Voltaire – das circunstâncias que rodeiam uma evasão a todos os títulos improvável da seguríssima prisão dos Chumbos...»
«A História da Minha Fuga das Prisões de Veneza é um relato pormenorizado e vertiginoso – ao estilo dos melhores romances do séc. XVIII, recheado de peripécias eivadas de humor capazes de ombrear com as do Cândido de Voltaire – das circunstâncias que rodeiam uma evasão a todos os títulos improvável da seguríssima prisão dos Chumbos...»
Filmes em revista sumária # 110
Fiel à sua tradição e ao fio condutor evidente em toda a sua obra, este regresso de Lumet (por muitos injustamente considerado ‘apenas’ como um realizador de TV) aos grandes écrans de Lisboa, é de saudar efusivamente. Regresso, acentue-se, com mais um filme eminentemente humanista, desta vez sob a capa de um drama familiar com contornos policiais. Mais uma vez, no cinema (e é cinema do melhor!) de Lumet – seja ele por via de um soldado forçado a construir um monte de areia em pleno quartel («The Hill»), de um advogado alcoólico em fio de navalha («The Verdict»), seja por um detective da polícia em crise existencial («Serpico»), por ex. – o que interessa a Lumet é o Homem: que das fraquezas faz forças; das traições (uma constante dos filmes de Lumet) se auto-flagela, nos vícios busca a redenção; da moral, ou da falta dela, se alimenta; e no final, a espada da lei tudo resolve, muitas vezes dando corpo a uma justiça cega (e quantos filmes de Lumet não são, aparentemente, meros filmes de tribunal?), etc.
Não se pode dizer que «Before the Devil Knows You`re Dead» seja uma obra-prima, nem o melhor filme do veterano realizador, cujo regresso ao grande écran se saúda! Nada disso. 'Apenas' é o seu melhor filme desde «Verdict». Mas que é cinema de primeira água, isso é indiscutível. Pela realização, a régua e esquadro, feita de tempos certos e de uma primorosa direcção de actores (Seymour-Hoffman cada vez melhor); uma verdadeira mise en scène, deixando por vezes desconfortável o espectador (vejam-se as fabulosa cenas de pai e filho, no banco do jardim, ou a da conversa pós-coito entre Seymour-Hoffman e Marisa Tomei (cuja personagem devia ter sido mais aproveitada…). O final do filme é um pouco 'esquisito' na forma, mas tremendamente lumetiano. Cinema que ‘já era’ mas que devia poder ‘vir a ser’.
segunda-feira, setembro 15, 2008
sexta-feira, setembro 12, 2008
Amanhã, às 15h30, na melhor sala de cinema de Lisboa:
«Os Sete Samurais» (1954), uma das 'n' obras-primas (e quando redundância há nesta afirmação, sei) do mestre Kurosawa.
quinta-feira, setembro 11, 2008
Memórias de Lumet:
(visto no não saudoso Miramar, em Cascais)
(visto no saudoso Condes, em Lisboa)
(visto no saudoso Apolo 70, em Lisboa)
(visto no saudoso Vox, em Lisboa)
(visto no saudoso São José, em Cascais)
Numa altura em que se estreia o seu, e dizem que magnífico (e eu acredito), filme, e se bem que aos meus filmes preferidos de Lumet os vi na TV - «The Sea Gull», «Deadly Affair», «The Hill», «12 Angry Men» e «The Appointment» - a verdade é que, salvo por razões de idade, o cinema é para ver no grande écran. Daí que aqui deixe as minhas melhores recordações dos seus filmes aí vistos, em outros tantos locais hoje tristemente desaparecidos.
Etiquetas: Sidney Lumet
quarta-feira, setembro 10, 2008
Filmes em revista sumária # 109
Duas coisas são claras ao fim dos primeiros cinco minutos de «WALL.E» e confirmam-se no final da obra de Andrew Stanton: a Pixar tornou-se claramente um ramo Disney, para o bem (orçamento, circuito major, etc.) e para o mal (carga choramingas, traço convencional, etc.), e a colagem deste filme a E.T. e a «2001-Odisseia no Espaço» é omnipresente e tão evidente que aborrece. Mas, como é impossível não gostar do aparelhómetro obcecado com a limpeza urbana, há que ver WALL-E, e entender, por uma vez por todas, que, mau grado os exageros ‘verdes’ da mensagem do filme, um cenário como o que nos é apresentado é realmente uma possibilidade assaz perigosa.
Em termos de animação, mesmo digital, não se trata de nenhum filme prodigioso, tecnicamente falando, como é óbvio e como outros tais que fizeram famosa a antiga casa-mãe, mas a verdade é que o filme tem uma carga humanista e uma história de amor, mesmo, simples, e arrebatadoras que fazem dele ‘a’ referência da animação de 2008, apesar de algum desnorteio ao fim de meia-hora.
terça-feira, setembro 09, 2008
segunda-feira, setembro 08, 2008
Filmes em revista sumária # 108
Como já refira aqui, sem ser uma comédia musical (ou será o contrário?) do outro mundo, a verdade é que «Mamma Mia» é um excelente divertimento, ligeiro e bem disposto, para nostálgicos (mas não só) das inesquecíveis canções dos ABBA, onde me incluo (ai, Agnetha!); uma tremenda oportunidade de promoção turística para a ilha grega de Skopelos (e ilhéus vizinhos) e a prova provada de que Meryl Streep, quando quer, é imbatível. Um doce a quem descobrir os cameos de Benny e Björn!
Sê bem-vindo Mickey!
Com a vitória em Veneza do último filme «The Wrestler», do talentoso Darren Aronofsky, eis que está de volta o actor que Coppola lançou, e que «9 Semanas e Meia», «Angel Heart» e «O Ano do Dragão» consagraram. Até agora tinha andado mascarado e escondendo o rosto.
quinta-feira, setembro 04, 2008
Em Cambados
Houve direito a cimeira cinéfila, no rescaldo de Praga. Entre os dois colossos da cinefilia do Mudo, ao jeito das cimeiras do pré e pós-guerra. Ferdinand von Galitzien e este humilde monstro pigmaico dos Antípodas, discutiram durante ... segundos ... o estado de arte no que diz respeito às formas de visionar os filmes considerados tolos pelo resto da humanidade.
terça-feira, setembro 02, 2008
Dramalhão exemplar dos anos 50
«Peyton Place» (1957), de Mark Robson, com direito a sequelas televisivas e outras coisas. Mas um tremendo de um filme, bem característico do pós-guerra, das convulsões familiares, da revolução sexual, etc., etc., bago de uva.
Um filme notável e bonito, imaculado do ponto de vista do tratamento da côr, com 4 actrizes em estado de graça, sendo que as petizes Diane Varsi (completamente olvidada desde então), Hope Lange e Terri Moore (por esta ordem, de graça e performance), se sobrepõem claramente à já entradota Lana Turner, apesar de tudo em registo acima da média.
Força, Newman!
Paul Newman está gravemente doente e em sério risco de vida, e teme-se o pior em breve. Muita pena. É toda uma geração que o sente!
Foto
It's better to be judged by twelve people, than carried by six.
Esta parece ser a máxima que domina «We Own the Night» (2007), mais um bom policial da carreira ascendente de James Gray. A sequência do assassinato do pai da personagens de Whalberg e Phoenix, soberbamente interpretada por Duvall, a que pertence este still, é assombrosa. Um filme brilhante, inexplicavelmente submergido pela crítica quando passou pelas telas de Lisboa. Em boa hora foi programado pela reprise anual do Cinema Nimas (allô, Rui!). Obrigado.
segunda-feira, setembro 01, 2008
Willie killed Mike and took Lola. They call it marriage by capture. The mother knew that and told her to go.
In the summer of 1909, a member of the oldest American minority, a Paiute Indian named Willie Boy, became the center of an extraordinary historical event. This is what happened in the deserts of California.
Assim começa o fabuloso western de Abraham Polonsky, obra-prima de um cineasta-argumentista maldito: «Tell Them Willie Boy Is Here» (1969), num duelo de gigantes entre dois Robert: Redford e Blake, aquele, como sheriff bonzinho, que se vê obrigado a dar caça ao segundo, na pele de um índio Paiute, em fuga por ter matado o pai da sua paixão (com razão), Katharine Ross. Um filme de rara beleza, rodado de forma diferente da tradicional, com ritmo e sensibilidade próprios e sem medos nem tabús.