sexta-feira, junho 30, 2006

Vamos a eles, com arco e flecha!


The beast of the jungle, killing just for his existence, is called savage. The man, killing just for sport, is called civilized. It's a bit inconsistent, isn't it?

Este é «The Most Dangerous Game». Schnell!

Toda a gente fala de "The Queen is Dead".E daí?

É um dos melhores álbuns de sempre, claro que é, tal como The Smiths o são. Mas e os outros? Antes dos meninos dos anos 80, havia os dos 70, então em plena forma, tais como os Genesis, Pink Floyd, Bowie, Doors, Stones, Queen, Devo, Camel, Deep Purple, Led Zeppelin, Procol Harum, etc., etc. Além disso, a Raínha não tem culpa dos problemas de Morrissey.

Caramba, antes fossemos um couraçado!



Às vezes, quando ouço certas notícias penso se não estamos num país de opereta, e se o governo português não é discípulo dilecto da visão estratégica do príncipe russo Grigori Potemkine, que maravilhava Catarina com uma Rússia feita de papelão e madeira, à medida que a Tzarina viajava pelas suas possessões.

Por enquanto é só DVD (e por substituição do vídeo)

Esta manhã, tu deste vivas ao Divx e à arte da pirataria. Mais tarde ouvi dois capangas imberbes dizerem um para o outro: "agora é que vai ser, vou comprar Divx, e vou ter 400 e tal". Do quê? Não sei. Coincidência? Seja como for, continuarei imune à tecnologia de ponta.

quinta-feira, junho 29, 2006

Lady, I haven't got the time!!


Trolaré-trolaré-trolaré, e mais isto e aquilo, cacarejo e cacarejo inflamado, "eu estava primeiro", "se não está bem, mude-se", "vejam bem, a empurrar!". Lee Marvin é que tinha razão quando em 1964, sob as ordens directas de Don Siegel, respondeu assim a Angie, antes de lhe enfiar com um balázio.

Não sendo decididamente para olho de Rubens nem Botero, seria candidata a Scola?

Naquela esplanada bera, da pior avenida do mundo, quase sempre pejada de «Brutti, Sporchi e Cattivi» (infelizmente, nunca ali apanhei Manfredi nem o seu Giacinto), uma das inevitáveis gordas da freguesia tinha diante dela uma travessa individual (agora resolveram brindar-nos por aí com esse novel tipo de gamela, de que fujo como Drácula de alho) contendo enormes batatas fritas aos palitos, nitidamente mal fritas, que emolduravam um bife minúsculo, ainda engalanado com bocadinhos de alho mal frito. Sobrava um pequeno canto para o respectivo montículo de arroz papa e para uns laivos verdes de alface contorcida. Azione!

Amanhã, nada de maldades, Astor!


Eu sei que não te vi na última aparição que fizeste por cá, no Coliseu, em 1989. E também sei que não tenho ainda a tua discografia completa. Mas, por favor, Astor, não toques amanhã o teu "Doble A", esse mesmo que me costuma levar ao céu! Deixa os teutónicos da mannschaft à solta, é um favor que te peço.

Tramado pela RTP

Esta RTP dá comigo em doido. Como não quero perder pitada da viciante «Lost», coloco sempre a cassetezinha para gravar a coisa, depois da pornografia dos comentadores da bola (a bola, ou se joga, ou se vê ou se comenta na primeira pessoa). Só que a televisão do nosso «serviço público» resolve trocar-me as voltas com os horários e agora até emite pacotes de dois episódios; por isso já é a segunda vez que fico sem um bom bocado da trama.

quarta-feira, junho 28, 2006

You're in very bad trouble if you won't cooperate...


In «Ereaserhead», de Lynch (1977).

Divago. Às vezes (?).

Chopin e a minha associação de ideias, em crescendo de importância:

Os concertos para violino, "de" Santana Lopes. A sua marcha fúnebre, nos finais de muitos dos episódios de «Monty Python Flying Circus». George Sand, Valldemossa e o seu (deles) «Un hiver à Majorque». Finalmente, Ashkenazy, o maior virtuoso do piano do polaco.

terça-feira, junho 27, 2006

They took the idols and smashed them, the Fairbankses, the Gilberts, the Valentinos! And who've we got now? Some nobodies!



E por falar em mortos caídos lá de cima, haverá melhor plano do que o de William Holden boiando, fotografado do fundo da piscina de Norma Desmond, no absolutamente único «Sunset Boulevard»?

Este é maluquice a mais

Autêntica história da carochinha este «Asylum», traduzido em português pela «Casa da Loucura», ou, se se preferir, autêntica história da machadinha que se abate sobre uma família inglesa, que vai viver para um manicómio (um daqueles imensos manicómios ingleses, autênticos condomínios privados rodeados de floresta), porque o chefe de família é nomeado seu super-intendente, e vê nessa nomeação uma natural ascensão na carreira. O problema está no que se passa depois: a mulher é seduzida por um dos internados, assassino da antiga mulher; o filho afoga-se, a mãe vira maluca e mata-se, depois de ter ficado noiva do médico que trata o maluco e que inveja o marido dela; o qual (este último) depois vai para médico da província. Enfim, uma autêntica tragédia grega, em três actos, mas que faz rir do princípio ao fim, tal a inversomilhança de tudo aquilo. O maluco, esse fica na mesma, tal como o médico invejoso, que fica com o cargo do pobre invejado.

Esta fitosa, parece que baseada num livro conhecido - suspeita-se que versão inglesa dos mega-sucessos das Rebelo Pinto cá do burgo, tentando colar-se ao inimitável D.H.Lawrence, certamente -, é de uma pobreza confrangedora em termos de consistência das personagens e do próprio argumento (?), descambando desde cedo em algo de muito ridículo. Natasha Richardson vale sempre a ida ao cinema, embora desta vez a coisa seja mesmo má. Ian McKellen, esse toma conta de tudo desde o primeiro minuto, e só é pena que o filme não tenha outro gabarito para ele poder desenvolver as suas imensas capacidades enquanto actor.

Right about now is when he's supposed to ask me if I hear voices...


Este monólogo pertence a um dos melhores filmes, senão o melhor filme (com vénias a Rossen, por «Lilith», e Forman, por «Viagem sobre um Ninho de Cucos»), sobre loucura e manicómios. Samuel Fuller, que é, esse sim, o maior de todos quantos são e foram independentes, realizou-o em 1963, e chama-se «Shock Corridor».

segunda-feira, junho 26, 2006

Oh!, tanto Klimt desperdiçado

O que à partida seria um duplo miscast revela-se em «Klimt» um desastre absoluto, o que é pena, muita pena, face à matéria prima disponível. Com efeito, nem Malkovich poderia ser à partida um Klimt fidedigno (não bastaram certas parecenças fisionómicas, nem o indiscutível talento do actor), já que representar o autor de «O Beijo» exigia força, arrebatamento, fúria e não moleza, tiques e pantufas. Nem o c.v. de Ruiz podia prever nada de bom, que não fosse um imenso pastelão, pretensioso aqui, abusivo ali, omisso acolá, mas sempre embrulhado em papel celofane, como convém. Podem ser ambos, tal como os produtores, admiradores do pintor, mas isso muitas vezes não chega...

E foi o que aconteceu: a partir de uma figura única como é a do líder da Secessão, o que nos dá Ruiz é apenas alguém atormentado com as suas alucinações e a tendência apoplética da família, metido num espartilho entre a ameaça da sífilis e as ninfas do seu atelier/boudoir, por um lado, e a crítica na terra natal, por outro. Da idolatria que Schiele lhe dedicava, das ondinas, da fase dourada, das flores, das discussões políticas e artísticas da Viena do pré-Grande Guerra (que a pena de Karl Kraus tão bem caricaturava), nada disso fica senão alguns momentos, poucos (valha-nos os magníficos chapéus das paixões de Klimt) e, regra geral, confusos (alguém acredita que Méliès fosse aquele palerma?). Por isso, e para isso, se aconselha uma leitura rápida da biografia de Klimt mais à mão, e, se a bolsa o permitir, uma viagem relâmpago ao Belvedere ou ao «Friso de Beethoven».

A Laranja nunca esteve tão pouco mecânica



Ontem foi assim, ao som da música de Wendy Carlos e Beethoven. Parabéns!

Patriota no rescaldo

Eram 13h45 e aquela mulher vestia casaco e camisa encarnados, saia verde garrafa, tinha o lenço da selecção nacional ao pescoço, e calçava sapatos amarelos. Os olhares não se desviavam da indumentária dela. Ali estava uma condigna ramificação da Ínclita Geração.

sexta-feira, junho 23, 2006

How could this happen, the monkeys were not as smart as us but they beat us down and took our wives from us. Why?


Puxando a brasa à minha sardinha:

Um filme como este, como «The Fall of the Roman Empire» (1964), é para ser visto em écran gigante, se possível em cópia de 70mm. Christopher Plummer, James Mason, Sophia Loren, Stephen Boyd, Alec Guinness, Anthony Quayle, John Ireland, Omar Sharif, Mel Ferrer, Eric Porter, Finlay Currie, tal como outros, não merecem menos que isso. Haverá melhor homenagem ao cinema de 70mm que o velho Monumental?

Está aí nova sondagem. É votar, s.f.f

A sondagem anterior foi um flop, um fiasco absoluto: apenas 6 votos! Por isso retirei-a do ar, antes que passe a conta da mentira. O Aston Martin de Sean Connery, perdão, de Bond, e o Mustang de McQueen, perdão, Bullit, não se importam. Por isso, e porque está na ordem do dia o cinema digital, está aí a sondagem: "Prefiro ver cinema em"? É votar, s.f.f.

Catherine Deneuve foge de Jörg Haider


Não é por nada, mas parece-me que a minha actriz francesa favorita, depois de entradota, apresenta alguns sintomas de «Repulsion»!

quinta-feira, junho 22, 2006

Por falar em cinema digital

Parece que anda meio mundo maravilhado com o dito, providenciando que as salas de Lisboa se municiem dos equipamentos respectivos, não vá ... Mas acontece o seguinte: para pequenos brutos como o abaixo assinado, é-lhes infinitamente mais importante saber que o filme "x" é um bom filme, do que se ele é em suporte "y" ou "z", tanto quanto se é comédia, drama, ficção científica, etc, ou se é americano, francês, ou chinês. E neste particular das tecnit(r)etas, acho que o formato digital soa a falso, a televisivo, por mais económico que ele seja (não é verdade que o que é barato sai caro?), e nada se compara aos 70mm, aos 35mm, e mesmo aos 8mm lá de casa. Não senhor. Por mim não farão fortuna, os meninos do festival digital.

Volver atras?

Este Lisbon Village Festival começa «bem»: a ante-estreia de «Volver», a última película de Almodóvar, que se projecciona amanhã, no São Jorge, é só para convidados e amigos do coração. Mau, mau, parece que é mesmo lisboeta, o festival. Continuando assim, terá os dias contados ...

No ano passado, em Beynac, não os vi, para os ver aqui, hoje


Parada no semáforo junto a mim, estava uma furgoneta de um talho, condutor e comparsa de bata branca, salpicada de sangue seco. O do lugar do morto mascava um palito e o do volante cantarolava algo. Será que contracenaram com Jean Yanne, em «Le Boucher» (1969), um dos melhores, senão o melhor, filme realizado alguma vez por Chabrol?

Nem de borla vou às Amoreiras!

«O Rei» é um filme bem cotado pelos críticos profissionais, e desperta-me a curiosidade, pelo nome dos actores, pela temática e pelo c.v. do realizador. Mas há certas coisas que eu não faço e uma delas é ir às Amoreiras ver filmes; fui vacinado há muito.

Solstício de Verão


No que se refere ao cinema, só dois filmes contam: «Summer of 42» (1971) ou «Summer of Sam» (1999)? Eis a questão. Opto pelo primeiro, sem hesitações.

quarta-feira, junho 21, 2006

Futebol na tv, Simpsons na cervejaria

À hora de bola na Sport TV, é ver à mesa e ao balcão dos cafés e restaurantes de Lisboa, filas de convivas de olhos postos no écran lá do alto, à Homer Simpson patibular, deglutinando comida automaticamente, quais ruminantes jumentos olhando para palácio. Por isso estou a pensar ir até à cervejaria daqui a pouco, pode ser que nem reparem e deixem fugir comigo alguma lagosta, santola ou lagostim.

And our bodies are earth. And our thoughts are clay. And we sleep and eat with death



Hoje, pela 1h da madrugada, ocorreu um tremor de terra lá em baixo, a sudoeste de Sagres. Intensidade: 4,5 na escala de Mercali. «A Oeste Nada de Novo» foi realizado por Lewis Milestone, em 1930, e é até hoje a melhor adaptação ao cinema da obra imortal de Remarque.

Ainda sob o efeito de «Eyes Wide Shut»

Há pouco, passava Strangers in the Night por entre os passageiros da carruagem. Seria Sinatra voltando do céu? Seria um reclame ao filme do mestre? Não. Era um telemóvel que chorava.

terça-feira, junho 20, 2006

Logo, às 20h, falará mais alto o lado sueco de Eriksson, ou Pippi e os seus companheiros farão skol?



Logo à noite, Pippi, será que tu, mais o teu cavalo às pintas e o saguim de rabo comprido, sobreviverão aos centros de Beckham e às arrancadas de Rooney?

Mia Farrow vai estar amanhã à noite no São Luiz, em Lisboa

Motivo: homenagem da CML à actriz de «Hannah and her Sisters» e de «Rosemary's Baby», musa de Polanski, Woody Allen, e mais alguns; pelos serviços prestados enquanto embaixatriz da UNICEF. E aproveitará também para dar início ao festival de cinema digital. Seja bem-vinda, e vá lá, coloque aí o seu autógrafo, s.f.f.

Parabéns a você


Nicole Kidman faz hoje 39 anos. E Cruise, terá ele algum dia perdão?

Nate sem perdão

Há uma semana, Nate, personagem central da imperdivel série que é «Six Feet Under» (obrigado, HBO e Alan Ball, pela melhor série televisiva do pós-«Twin Peaks»!), traiu a sua mulher, a «nossa» Brenda, com a melosa e irritante Maggie. Como punição, teve segundo aneurisma cerebral. Ontem, no episódio «Ecotone», Nate recuperou miraculosamente, mas declarou alegremente a Brenda que com ela nunca mais; agora seria mesmo só com Maggie. Punição exemplar: terceiro e derradeiro derrame cerebral. Morte sem apêlo nem agravo. E agora, Brenda? E agora?

segunda-feira, junho 19, 2006

«Casino Royale» em Itália?

A imprensa italiana não perdoa e eu também não: a não ser que seja uma cabala, não há direito que Vittorio Emanuele tenha deitado a perder, de uma assentada e numa jogada patética que envolve prostituição e subornos, toda uma multidão que aspira(va) ao regresso da coroa, um dia, a começar pelo filho.

«Menschen am Sonntag» (1929)


Ontem, não estivemos nos lagos de Berlim, nem fomos fotografados nem filmados por Ulmer, Siodmark, Zinnemann ou Wilder, mas aquela água nunca esteve tão tépida. Valeu a pena arriscarmos e arrancado no Blue Bird ... afinal, quem não arrisca não petisca.

Quando a concorrência é imperfeita

Dada a fortíssima concorrência recente que por aí anda, de filmes do mesmo género - melodrama familiar -, as probabilidades de sucesso de «Winter Passing» (que alguém de mau senso resolveu traduzir por «Estranhos em Casa») são, à partida, escassas. E nem mesmo Ed Harris compondo um escritor famoso que abdica de tudo e se entrega ao bourbon, para nele afogar as mágoas da morte trágica e recente de sua mulher, também ela escritora reputada; nem mesmo ele faz com que o filme ultrapasse a sensação de mediania e de aborrecimento ao fim dos primeiros 15m. Não fora essa concorrência e talvez a história da filha, actriz em busca de afirmação, que demanda em busca do pai distante e sofredor, que vive rodeado por dois aduladores, também eles perdidos (a personagem de Will Ferrell é um achado - talvez achado no facto do realizador, Adam Rapp, ser, também ele, guitarrista - e uma surpresa) algures no Inverno e na solidão do Natal; talvez aí o filme fosse mais do que um produto honesto, mas também ele perdido.

sexta-feira, junho 16, 2006

In einem hochgewölbten, engen gotischen Zimmer Faust, unruhig auf seinem Sessel am Pulte.


E o «Sol Enganador», de Mikhalkov, deu lugar à noite, de «Fausto», um dos maiores filmes de sempre, e de 1926. Nestas coisas Murnau é quem sabe. Eis como Emil Jannings nos cobre com o seu manto!

As velhinhas e os SMS

Ontem, na sessão das 15h40m a fila de trás estava lotada por 3 velhinhas simpáticas que passaram todo o filme muito atentas, sem piarem uma única vez, nem mesmo quando os adolescentes da tela foram mais ousados. Acabada a sessão, e ainda com as luzes apagadas, olho para trás meio trôpego e eis que as três da fila de trás estão agarradas cada qual ao seu telemóvel, mexendo nas teclas, lendo ou enviando mensagens, não sei. Codificadas? Aos netos?

Se não têm pão, que comam brioches! Terá sido assim?!


Faltando pouco tempo para a estreia portuguesa do último de Sofia, leio a belíssima biografia que Stefan Zweig escreveu sobre Maria Antonieta. Aprendo muito que desconhecia, aproveito também para rever alguma da matéria dada nos dias de antanho, de carteira e buraquinho para o tinteiro. Zweig é um escritor notável e um biógrafo de se lhe tirar o chapéu: descubram as diferenças nos pormenores! Espero com ansiedade pelo capítulo que me há-de trazer de volta a história de Grace Elliott e do duque de Orleães, que Rohmer tão bem pintou em «L'Anglaise et le Duc», em 2001.

Los olvidados #16: Sterling Hayden (1916-1986)

Este é um daqueles actores que nunca passaram ao estrelato nem que para isso tivessem que protagonizar personagens bigger than life, em filmes marco da história do cinema. Nunca se chega a saber porque razão assim é (foi) ... terá sido por culpa da famigerada lista negra do McCarthy? ... mas o facto é que Hayden nunca passou de actor secundário apesar dos fabulosos papéis nos ainda mais fabulosos «Johnny Guitar», de Ray, «Crime Wave», de De Toth, «The Asphalt Jungle», de Huston, ou «Dr.Strangelove e «The Killing», ambos de Kubrick. Antes de ser cowboy, polícia, gangster ou, simplesmente, galã, foi aventureiro dos sete costados à Huston ou à Jack London. Passou ao lado de um punhado de outros importantes papéis que, quiçá, poderiam ter dado a volta à sua carreira, mas levava todos os papéis a peito, este gigante de quase 2m de altura, e mesmo já quase no fim da vida assim foi, em pequenos papéis em «The Godfather III» e em «Venom». Depois de rodar Johnny Guitar, disse de Crawford: "There is not enough money in Hollywood to lure me into making another picture with Joan Crawford. And I like money." É um dos meus actores preferidos.

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E a prova de que gosto aqui está:


All persons who die during this crisis from whatever cause will come back to life to seek human victims, unless their bodies are first disposed of by cremation («The Night of the Living Dead» de George Romero, 1968)

Mas esta gente ainda não percebeu que não há aqui nada para eles?! Vão pedir ao Pai Natal!

Porque gosto muito de filmes de terror e não sou esquisito,

Aqui fica este e-mail recebido ontem:

"É já nas próximas quartas-feiras dias 21 e 28 de Junho que o Trash Film Fest regressa ao mundo dos vivos para mais uma noite de terror. Desta vez são os zombies que invadem Alfama indo matar a sede ao bar Última Sé, aberto para o efeito a partir das 21h30. Os filmes a apresentar foram realizados entre 1974 e 1987, 13 anos em que os Zombies definitivamente reafirmaram o seu espaço no cinema de terror.

E os aperitivos são: «City of the Living Dead», de Lucio Fulci (1980), «The Evil Dead», de Sam Raimi (1981, «The Living Dead at the Manchester Morgue», de Jorge Grau (1974) e «Redneck Zombies», de Pericles Lewnes (1987). Após uma semana em que as ruas se encheram de gente, os Zombies tomam conta do bairro. Mais info em: http://cinemaesquisito.blogspot.com
."

Há que seguir em frente!

«A Lula e a Baleia» é, seguramente, o melhor filme que se fez nos últimos anos sobre o anátema que se abateu sobre as famílias de todo o mundo (mesmo, e de que maneira, por cá...) nos finais de 70, princípios de 80; e está a anos-luz do academismo esforçado de um «Kramer vs. Krames», ou de um distante e quase televisivo «Ordinary People», muito por força da veia humorística, ao jeito de Allen, e do tom irreverente, ao jeito de Solondz, que revela do princípio ao fim. Ou, simplesmente, porque Noah Baumbach, o seu realizador, tenha sofrido na pele as mesmas agruras por que passam os dois irmãos adolescentes (e quão diferente pode ser um divórcio em que os filhos sejam já adolescentes...), Frank e Walt (magnífico e carismático Jesse Eisenberg), tornando o filme muito mais verosímil, um entre os milhões que conhecemos, talvez.

Mas talvez o interesse extra deste filme resida sobretudo na dupla de pais, escritores, um em queda, outro em ascensão, um em crise de inspiração, outro em crise de afirmação, sendo que a personagem de Bernard, assente numa das melhores interpretações da carreira de Jeff Daniels (e como já fazia falta um seu papel principal!), nos remete interminavelmente para obrigatórias notas de pé de página, literárias, cinéfilas e até tenísticas. Mas também pode ser que muito do encanto do filme resida na fotografia rétro, ou, simplesmente, nos livros, omnipresentes, nas raquetadas em família, ou na descoberta da sexualidade. Seja como for, este é um belo filme independente, mais um.

quarta-feira, junho 14, 2006

Em ocasiões como esta não quereria ir a bordo do Narciso

"There was no sleep on board that night. Most seamen remember in their life one or two such nights of a culminating gale. Nothing seems left of the whole universe but darkness, clamour, fury -- and the ship. And like the last vestige of a shattered creation she drifts, bearing an anguished remnant of sinful mankind, through the distress, tumult, and pain of an avenging terror. No one slept in the forecastle. The tin oil-lamp suspended on a long string, smoking, described wide circles; wet clothing made dark heaps on the glistening floor; a thin layer of water rushed to and from."

(Conrad, «The Nigger of the Narcissus», 1897)

Alguém convence a Olá? S.F.F.


Toda a vez que voltamos à praia, voltamos ao eternamente juvenil «Conte d'Été», de Rohmer (1996), e talvez um dia voltemos, como Hitch ou Jacques Cartier, às pedras rosadas, às gaivotas e aos faróis de Dinard, St.Malo, Trégastel ou Ploumanach. Nos entretantos, alguém faz o favor de fazer ver à Olá que é preciso que volte a produzir os gelados de gêlo com sabor a ananás e laranja?

Nossa Senhora da Conceição faça sol e chuva não!

A relva, as sevadilhas, os hibiscus, as malatas e restantes verduras lá de casa agradecem, mas eu não. Tudo menos encharcar o dito à medida do Sr.Leitão, ou os que o Sr.Ramiro tão bem puxa o lustro. Que as nuvens voltem a Arousa, JÁ!

You know, Mr. Bernstein, if I hadn't been very rich, I might have been a really great man.


Enquanto Káká enfiava um golaço nas redes croatas, na RTP Memória, Welles dava asas ao seu gigantismo em «Citizen Kane». A opção estava feita.

Fiquei amigo de Dean

Se é certo que a maior parte das personagens deste «Os Amigos de Dean» (do russo-canadiano estreante Arie Posin) mais parece fazer parte de sociedade americana (e não só) dos anos 60, completamente tupperwarizada, por outro lado é com renovado prazer que se vai vendo o filme, sabendo de antemão que há coisas que nunca mudam, mesmo que os anos mudem: as aparências iludem. E é por esse diapasão que alinham os habitantes de um aparentemente pacato, harmonioso e idílico empreendimento americano, escondendo verdades, encenando amizades, reprimindo sentimentos, etc.

Este é um daqueles melodramáticos polvilhados de charge social a que ninguém fica indiferente, sobretudo pela simplicidade do argumento e pela superior direcção de actores, que dão corpo, na sua maioria, a personagens muito bem achadas, com realce para as das mães-avestruzes, Glenn Close e Allison Janney, e Ralph Fiennes, como mayor que descobre um segundo eu, como artista, juntamente com uma incontornável Carrie-Ann Moss. Onde o filme cansa é no acompanhar excessivo dos jovens delinquentes, que talvez umas bofetadas bem dadas tivessem evitado tanta tensão (Camille Bell, que era levada à loucura por Daniel Lewis, em «A Balada de Jack e Rose», é a melhor das personagens juvenis). Tudo déjà vu, portanto; mas como não faz mal nenhum insistir na tecla, o filme merece amplamente a deslocação. A melhor cena do filme, essa é a do atropleamento do jovem Billy, que projectado bem alto e com o olho a sangrar, identifica o jacto no céu. A música de James Horner é sempre uma mais valia e o genérico inicial é imperdível, seja por que razão for.

Obituário: György Ligetti (1923-2006)

Este é um daqueles nomes que seguem indubitavelmente ligados à filmografia de mestre Kubrick. Com efeito, este húngaro, além de ser um dos expoentes máximos da música do séc.XX, está presente, e de que maneira, nas bandas sonoras de «2001, A Space Odyssey», «The Shining» e «Eyes Wide Shut». Mas não se ficou pelo génio de St.Albans, pois o seu Requiem, por exemplo, está bem presente no último Burton, «Charlie and the Chocolate Factory».

segunda-feira, junho 12, 2006

Todos a Alfama, ouviram?!


Esta noite há festa em Alfama. Dir-me-ão que o Santo António é em todos os bairros, e eu digo que não, que o de Alfama não tem igual. Em São Miguel: tintol, cervejola, chouriço assado, bifanas, sardinhas e farturas. "Uma esmolinha pelo Santo António". Fumo. Vento. Calor. Fado castiço. Muita música pimba e bailarico.

Mas recebido com a de «The Deadly Affair» também serve

Quase tão boa quanto aquela recepção será aquela que for acompanhada pela bossa nova de Astrud Gilberto (ex-mulher do papá da Bossa Nova, João Gilberto), em que me torno Mason, desfiando o novelo de uma das mais bem engendradas histórias de espionagem e amor trazidas ao cinema.

Tónus extra entre feriados

Ser-se recebido por ti com «Farnace» é algo de sublime e tónus de facto para as agruras da vida.

Um filme com sabor a Edward Hopper



«Hard Candy» é um assombro de filme, feito à base de 2 actores em interminável jogo do rato e do gato (de que «Sleuth», de Mankiewitz, é exemplo ainda maior) que só peca por uma coisa: é curto demais este huit clos. Com efeito, este filme do estreante David Slade é um daqueles filmes de visão obrigatória mesmo para quem acha que festivais como o de Sundance (cuja chancela de qualidade este filme reivindica, e bem) são mero engodo para críticos anti-sistema.

É um filme notável, esta reinvenção, invertida e actualíssima (a sua abordagem cibernauta é disso prova), da história do Capuchinho Vermelho, com diálogos fortíssimos (que lembram Hartley) e uma desenvoltura narrativa/câmara de se lhe tirar o chapéu (lembra o melhor Soderbergh). A densidade dramática, ou a tensão em crescendo, entrecotada por um humor negro saudável (ex. a alusão a Hopper), são alguns dos predicados desta pérola cinematográfica que urge ver.

Patrick Wilson e Ellen Page estão absolutamente espantosos, como espantosas e de antologia são algumas das cenas em que aquele docinho se revela bem difícil de trincar. Exemplo disso são o flirt no café, a castração encenada e a electrocução na banheira.

sexta-feira, junho 09, 2006

Shiloh Nouvel Jolie-Pitt pode sorrir

A Revista Hola, de dia 7, tem em exclusivo as primeiras fotos do bébé Jolie-Pitt, aqui (só mesmo em papel, desculpem). A menina tem a boca da mãe e do avô. Sucesso garantido.

I want you to live with me and die with me and everything with me!


Enquanto isso, noutro canal perto de mim, um professor Humbert Humbert completamente perdido e inquinado pelo hoola-hoop de Sue Lyon, pintava as unhas dos pés de Lolita com extrema devoção e subserviência.

You better bury Ned right!

Better not go cuttin'up...nor otherwise harm no whores...or I'll come back and kill every one of you sons-o-bitches

Ontem ainda deu para ver aquela fantástica sequência final de «Unforgiven», em que Will Munny, perdão Clint, ameaça, amaldiçoa uma aldeola inteira, perdão uma cidade do velho oeste, de espingarda na mão, debaixo de chuvada torrencial e iluminado peloas archotes que emolduram o caixão aberto de Morgan Freeman. Soberbos 5' finais.

Se não forem as quinas, que a cena de baixo, de 74, e de 54 e 90, se repita



Perguntam-me se estou bem disposto. Claro que sim. As farturas aproximam-se. E a Mannschaft entra hoje em campo (perdoa-me, AA, tu e o nosso xadrez). Desde o meu mundial preferido (o de 74, pois então, o de Müller, Beckenbauer, Hoeness, Breitner, Maier, e também de Rivelino, Neeskens, Cruijf, Rensenbrink, etc.) que sigo atentamente todo e qualquer mundial. O problema são as quinas. A probabilidade de se encontrarem é mínima, por isso...

quinta-feira, junho 08, 2006

Mas que final tão ridículo, o deste «Génio do Mal»

Os pózinhos de perlimpimpim que alguém resolveu colocar no fim do filme estragam aquilo que tinha sido uma razoável remake de um dos mais honestos, simples e directos filmes de terror dos anos 70. Se é certo que o realizador deste novo «Génio do Mal» está a anos-luz de Richard Donner (veja-se, por exemplo, as diferenças abissais nas sequências da maternidade ou do cemitério), e se ainda é mais certo que os protagonistas principais (Damien, incluído) não chegam aos calcanhares dos do filme de 1976 (como é que é possível acreditar-se, por exemplo, que Liev Schreiber e Julia Stiles são embaixador e embaixatriz? ... e Mia Farrow, que desgraça de papel ... tê-lo-á aceitado em homenagem a «Rosemary's Baby»?), a verdade é que este filme se vê bem, não choca com efeitos especiais tontos, e é só mesmo quando resolve atribuir a morte do Papa à força da mente da criança demoníaca, e coloca esta como próxima (eu diria colada) ao presidente americano; é exactamente aí que o ridículo toma conta do filme. Por isso, um conselho a quem gosta de ver bom cinema de terror: esteja atento às reposições que o canal Hollywood vem fazendo do filme de 1976, com Gregory Peck e Lee Remick, s.f.f.

quarta-feira, junho 07, 2006

Boa tarde, Sr. Canalizador



Por causa de uma mosca que cai sobre a máquina de escrever de um burocrata, e da confusão por isso gerada entre Mr.Buttle e Mr.Tuttle (perigoso subversivo corporizado em De Niro), é arrasada a vida de um cidadão exemplar cujo único pecado era sonhar. E por causa do cumprimento que ontem fiz na rua ao canalizador lá de casa, lembrei-me do celerado canalizador (Bob Hoskins) que dá cabo da cabeça a Sam Lowry (Jonathan Pryce), herói quixotesco do futuro, de «Brazil» (1985), um dos meus eternos favoritos.

Haja recato para o hino!

Sinceramente, acho que «A Portuguesa» corre o risco de saturar os ouvidos mais resistentes, tal qual aconteceu a James Blunt ou a Madonna. Uma coisa é a bandeirinha à janela ou na antena da viatura; outra é o hino martelado sem cessar. Chega de tanto hino no Metro!

No baieta ao som de Goodbye Norma Jean


Por entre tesouradas axialmente calculadas e madeixas caídas pelo chão da barbearia, o rádio tocava Candle in the Wind. De antes do fatídico "parabéns a você", aqui fica um still do filme onde mais bonita está o maior ícone jamais produzido por Hollywood.

Parabéns a você: Sylvester Stallone

Sly está ficando velho, e eu que o diga que vi o seu «Rocky» há quase 30 anos, na sala única do São Jorge. E na festa de aniversário que deu anteontem, contou com a presença de Arnie, Donald Trump, James Caan e Tom Jones (que cantou os parabéns a você). Pergunta-se: quanto Restaurador Olex foi vendido na véspera?

terça-feira, junho 06, 2006

Há 30 anos dava direito a gelado, agora talvez a pipocas?

Há 30 anos, exactamente, vi «The Omen», do brilhante tarefeiro que era (é) Richard Donner, com Gregory Peck e Lee Remick. Vi-o no São José, em Cascais, e no intervalo deu para saborear um Santini, então ali ao lado, a poucos centímetros. Há 30 anos não era 6/6/2006, mas deu origem a 2 sequelas. Como será agora com este novo «Génio do Mal»?

Are you done with my lady?


Já não o via há alguns anitos. Estava bem aprumado, mais magro e ia de sacão Adidas a tiracolo. Já vão longe os tempos em que este irlandês se punha a tocar a «Women Of Ireland» em plena Rua do Carmo ou, mais acima, à porta da Bénard'. Nessa altura ainda não tinha comprado a banda sonora do fabuloso filme de Kubrick, nem muito menos a obra de Tackeray que lhe serviu de base. Por isso, sempre que por ele passava me lembrava de Redmond Barry procurando o lenço por entre o decote da prima...

E também é dia de «Perdidos»

A propósito do êxito da série «Lost», há 2 filmes que são de visionamento obrigatório para quem gosta destas coisas de aventuras na sequência de naufrágios, acidentes de avião ou, simplesmente, perdições: um é «Five Came Back» (1939), de John Farrow. O outro é de Robert Aldrich e chama-se «The Flight of the Phoenix» (1965). Sublimes, quer um quer outro.

Hoje é dia de cortar a trunfa



Não no Campos, que me zanguei com o velho rezingão, mas no Miguel, ex-Campos, uma simpatia de tipo, falador e conhecedor de Lisboa ainda por cima. Duvido que ele me faça um penteado Buster Brown, até porque já não tenho a idade do meu Pai, naquela foto velha com 6 anos. Mas é ou não é uma beleza ver Brooks com este corte?

segunda-feira, junho 05, 2006

Um western algo perdido no deserto australiano

Que a grande mais valia do filme fosse a fotografia e a música, era improvável que assim não fosse dado o cenário natural australiano que a isso se presta, e o habitual talento de Nick Cave, tão desconcertante quanto melodioso; nada de mais, portanto. O problema é que o filme não se fica pelo evidente e pretende meter Peckinpah, Conrad, polícias em crise existencial, aborígenes vs. colonialismo vitoriano, enfim, tudo no mesmo saco. Daí que o argumento de «The Proposition» se mostre muito pretensioso, apesar do seu bom ponto de partida; isto é, passados os primeiros minutos de apresentação das personagens (a melhor de todas é a de Emily Watson) e do maior ou menor encanto da fotografia, a verdade é que não é muito verosímil que perdidos nos antípodas civilizacionais, assassinos a monte, quais animais irracionais, matando quando se lhe dava na real gana, apenas por nihilismo militante, ainda tivessem tempo para se instruirem nas suas tocas, citando este, cantando aquele, por entre pó, álcool, pus e sangue... nesse aspecto o filme não deixa de ser cómico.

De qualquer modo o filme tem um punhado de cenas de cortar o fôlego, que valem a deslocação: o cerco e o tiroteio na cena de abertura de ataque à cabana onde os dissidentes da quadrilha se escondem, claramente evocativa do autor de «The Wild Bunch»; todas as sequências privadas entre Ray Winstone e Emily Watson, autenticamente pictóricas; e a matança final, o acesso de Pearce como justiceiro «à la» Clint. Os actores têm alguns excessos, sendo o único perdoável o de Hurt, esse actor fabuloso, que teima em não sair de cena.

sexta-feira, junho 02, 2006

Somewhere over the rainbow blue birds fly



E num pequeno pátio, uma dezena de crianças cantava e brincava ao som da melodia de «Wizard of Oz», saindo de xilofone roufenho. Haverá sonho maior que o da inesquecível Dorothy?

Muito pouco une L.A.ao Loire

Há pouco, num raio de 1 m e 50 cm, alguém lia o fresquinho «Lunar Park», do omnifilmável Brett Easton Ellis, e outrem, «Gargântua», do infilmável génio dos arredores de Chinon, Rabelais. À parte a clara discrepância de idades dos respectivos leitores, ainda há ou não uma diferença básica entre o pronto-a-vestir e o corte à medida?

Parece que é de vez: o Capitólio está salvo!



(foto: A Catedral)

No meio dos calores antecipados, quase que me ia esquecendo do final feliz que se anuncia para a famigerada e idiota demolição que alguns idiotas se apressaram a impingir ao velhinho cine-teatro modernista, de Cristino da Silva, no Parque Mayer. Parece que está salvo, com ou sem Gehry. E isto quando se prepara para completar 70 anos de idade. Obrigado, PTC!

Keine angst, mein Herrn

O que nunca acontece nas pequenas polémicas, turras e apertos de mão, entre este pequeno bruto e Herr Graf, talvez o maior especialista vivo de filmes mudos.

I am going to be killed responsibly, on horseback, as a compliment to the cavalry



Antes de avançar para duelos, preparo-me sempre com um dos melhores filmes (e mais esquecidos, também) de sempre, cuja redescoberta é um prazer sempre renovado: «The Duellists» (1977), o mais belo dos filmes de Scott.

Tarantino em Lisboa

Não se trata do realizador de «Pulp Fiction» mas do dramaturgo italiano Antonio Tarantino, que vai «estar» em Lisboa pela mão dos Artistas Unidos, que levam a cena a partir de amanhã a peça Paixão Segundo João. Na capela do antigo Convento/Prisão das Mónicas, na Graça.

quinta-feira, junho 01, 2006

O dedo de François Ozon

Ozon é de facto um excelente realizador e cada seu filme é um filme a ver, sempre; mesmo que, como é o caso, pareça resquício do «efeito brokeback», ou que a história de alguém que se rende à evidência de um estado terminal, já tenha sido filmada aqui ou ali. É um filme a ver porque o dedo de Ozon está lá e de que maneira. E está na exacta medida da imprevisível, luminosa e optimista proposta que Valeria Bruni-Tedeschi faz a Romain, a personagem central de «Le Temps qui Reste». Uma cena prodigiosa, um momento sublime de cinema, uma actriz fantástica ... idem para a despedida da avó.

Assim como cinema em estado de graça neste drama intenso e brutal, é a última reportagem fotográfica que Romain decide fazer aos seus e a tudo quanto lhe é caro. Assim como a cena com o pai, dentro do carro. Assim como quando nos é lida a carta da irmã. Assim como a última sequência, morrendo na praia, algures na Bretanha, expirando à medida que o sol se põe, ao som de Arvo Pärt.

Obituário: Rocío Jurado (1940-2006)

Apenas participou num punhado de filmes, mas está no coração de todos os espanhóis, esta andaluza que encantava pela voz, pelo salero, pela simpatia e pela genuinidade. Morreu esta madrugada, depois de 2 penosos anos de avanços e recuos.

Ondina vem aí!


Em contagem decrescente, avizinha-se a estreia do último sonho de M.Night Shyamalan.